Com o objetivo de compreender o perfil socioeconômico das pessoas que vivem com o vírus e assim avançar rumo à meta de zerar novos casos até 2030, foi formalizado, em Bauru, o Grupo Técnico de Investigação de Óbitos por Causa Básica HIV/Aids. Nesta segunda (1), é o Dia Mundial de Luta contra a doença.
A iniciativa permitirá uma análise mais ampla e multiprofissional dos óbitos relacionados à doença, além dos dados epidemiológicos. O grupo contará com a participação de profissionais das áreas de vigilância, atenção básica, assistência especializada e gestão, com foco em identificar fragilidades na linha de cuidado e propor ações corretivas.
“O objetivo é entender as vulnerabilidades dessa pessoa, se o óbito ocorreu por questões clínicas ou se houve fatores educacionais, sociais ou do próprio serviço de saúde que contribuíram para isso”, explica Mayara Falico Faria, coordenadora do programa municipal de IST/Aids e hepatites virais e supervisora do Centro de Testagem e Aconselhamento. Segundo ela, o trabalho busca aprimorar o atendimento e prevenir mortes consideradas evitáveis.
Mesmo com avanços tecnológicos, testagens em massa e métodos de prevenção gratuitos, o número de novos casos de HIV em Bauru tem se mantido estável. “Apesar de todo o trabalho de orientação e prevenção realizado há anos, os números não diminuem. Isso nos preocupa, pois nossa meta é que até 2030 a Aids não seja mais um problema de saúde pública”, reforça Mayara.
O diagnóstico precoce continua sendo fundamental tanto para a saúde individual quanto para o controle da transmissão. A detecção nos estágios iniciais permite iniciar rapidamente o tratamento, controlar o vírus e garantir melhor qualidade de vida. Além disso, pessoas com carga viral indetectável não transmitem o HIV, o que contribui para interromper a cadeia de infecção.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), na região do Departamento Regional de Saúde 6 (DRS-6) de Bauru foram registrados, desde o início do ano até 30 de outubro, 174 casos de HIV e 121 de Aids. Em 2024, a região contabilizou 255 casos de HIV e 158 de Aids. No estado foram notificados 5.709 casos de HIV e 2.917 de Aids e em 2024, os números chegaram a 8.038 casos de HIV e 4.585 de Aids.
A população pode contar com duas estratégias de prevenção gratuitas. Uma delas é a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). Trata-se de um medicamento para quem não tem HIV, tomado antes da exposição ao vírus. O acesso é feito por agendamento no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), pelo telefone (14) 3234-2576.
Existe também a PEP (Profilaxia Pós-Exposição): medida de urgência após uma situação de risco, que deve ser iniciada em até 72 horas, disponível nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Em ambos os casos, é necessário apresentar documento com foto, CPF, cartão SUS e comprovante de residência.