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Criminosos fingem ser de facção para aplicar golpe em Bauru

da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Marcos Oliveira/Agência Senado
Criminosos também enviam mensagens pelo Whatsapp
Criminosos também enviam mensagens pelo Whatsapp

Moradores e comerciantes da região do Altos da Cidade, em Bauru, estão sendo vítimas de um novo golpe telefônico aplicado por criminosos que se passam por integrantes de facções criminosas. O esquema, que tem causado medo, envolve ameaças e a exigência de pagamentos via Pix para que as vítimas "fiquem em paz".

De acordo com uma advogada moradora do bairro, o golpista entrou em contato há cerca de 20 dias se apresentando como funcionário de uma empresa de segurança privada que supostamente atuaria na região.

Durante a ligação, ele demonstrou ter acesso a diversas informações pessoais corretas, como nomes de familiares e vizinhos, endereço e até detalhes sobre a recente onda de furtos que realmente vem preocupando os moradores.

Após alguns questionamentos por parte da vítima, o criminoso revelou sua 'verdadeira identidade', dizendo ser o "disciplina" do bairro — termo usado para designar o integrante de uma facção responsável por fiscalizar e impor regras dentro de determinada área.

"Eu fiquei muito assustada. Ele não chutou nada, trouxe informações que eram reais. Pensei: como ele está conectando tudo isso? Uma coisa é vazar nome e número, outra é relacionar com fatos que estão acontecendo mesmo no bairro", relatou a moradora.

Durante a ligação, o golpista informou que, para garantir "tranquilidade", a vítima deveria realizar um pagamento via Pix, cujo valor variava conforme a condição da pessoa. A suposta "tabela" começava em R$ 3 mil para moradores e valores mais altos para comerciantes. Segundo ele, esse seria o único contato que ele faria, e os seguintes um "advogado" que cuidaria dos "pagamentos".

Outro morador, também advogado, contou ter vivido a mesma situação há alguns meses. Mesmo após bloquear o número usado pelos golpistas, passou a receber mensagens ameaçadoras via WhatsApp. Ao procurar a polícia, ele afirma que o caso foi registrado de forma incorreta.

"A polícia está enquadrando como ameaça, mas entendo que isso é extorsão, porque há exigência de dinheiro mediante ameaça. A diferença é importante: o crime de ameaça depende de representação da vítima, então muitos não seguem adiante e o caso acaba não sendo investigado", explicou.

Casos semelhantes têm sido registrados em diversas partes do país. A Polícia Militar de Osasco divulgou recentemente um vídeo nas redes sociais alertando a população sobre o mesmo tipo de golpe. A corporação orienta que, diante de qualquer tentativa de extorsão, as pessoas não façam pagamentos, bloqueiem o número e registrem boletim de ocorrência.

O episódio acende o alerta para a necessidade de atenção redobrada com ligações e mensagens suspeitas. É fundamental que as vítimas denunciem. A informação ajuda a identificar os responsáveis e evitar que mais pessoas caiam nesse tipo de golpe.

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