EM BAURU

Construção de escola infantil provoca avarias em residência

Por Cássia Peres | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
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Munícipe informa já ter gasto R$ 50 mil em recursos próprios
Munícipe informa já ter gasto R$ 50 mil em recursos próprios

Durante sua fase inicial, a construção de uma Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) na rua Padre João, 8-50, região do bairro Altos da Cidade, em Bauru, fez desabar o muro da casa do empresário Gustavo Rodrigues Teixeira, que mora ao lado do lote em obras com a esposa, dois filhos e um cachorro.

O problema afetou ainda a edícula do imóvel do munícipe, que entrou na Justiça para produção antecipada de provas. Ele cobra providências da prefeitura que, por sua vez, aponta a empresa executora como responsável pela recomposição de eventuais danos a terceiros.

Em nota, a administração municipal ainda explica que, por meio das secretarias de Educação e de Infraestrutura, acompanha o caso. "Reiteramos o compromisso com uma solução justa e respeitando as determinações judiciais".

No entanto, segundo Gustavo Teixeira, a solução parece distante e tardia. Ele conta que as rachaduras tiveram início em 7 de abril deste ano, quando o muro lateral começou a cair e provocou deslizamento de solo. "Foi um susto enorme. Cheguei do trabalho e me deparei com a estrutura da minha área de lazer desmoronando", acrescenta.

O empresário, então, solicitou vistoria para uma empresa de engenharia. O relatório apontou que a construção da Emei chegou a menos de um metro da residência, atingiu parte do gramado e a grelha de captação pluvial. "Houve imprudência, imperícia e negligência da construtora e da administração municipal, que a contratou", enfatiza o morador. Ele defende que a escavação para construir a creche foi feita sem as devidas cautelas, como a colocação de estacas de contenção.

Para estabilizar o muro e evitar novas avarias, foi necessário instalar uma manta de concreto, afirma o morador. Mesmo assim, o impacto se estendeu a outros pontos da residência: a piscina foi afetada, assim como a estrutura hidráulica. Houve ainda vazamento de água e falta de energia elétrica, acrescenta Gustavo, que gastou cerca de R$ 50 mil de suas próprias economias para conter os transtornos e manter a segurança da família.

Por conta da situação, a Defesa Civil interditou parcialmente o imóvel entre o final de abril e setembro, período em que o muro foi demolido e a casa ficou completamente vulnerável, de acordo com o morador. Ele destaca ainda que as últimas semanas têm sido marcadas por estresse, pois a reforma de seu imóvel por parte da construtora segue paralisada enquanto a construção da creche continua.

Em nota, a Prefeitura de Bauru, por meio da Secretaria de Educação, informou que a empresa contratada iniciou as obras de contenção e reconstrução do muro de divisa, porém os serviços de restauro na propriedade lindeira foram suspensos depois que o munícipe ingressou com ação judicial.

A informação, porém, é conflitante com a de Gustavo. Segundo ele, a construtora firmou o compromisso de repor as condições iniciais da casa, porém a obra teria sido parada em agosto sem justificativas. A reportagem tentou, em vão, contato com a construtora.

Gustavo Teixeira relata também ter procurado diversas autoridades municipais, incluindo o secretário de educação, Nilson Ghirardello, a secretária de infraestrutura, Pérola Mota Zanotto, o dono da construtora terceirizada responsável, engenheiros e até o vice-prefeito, Orlando Costa Dias. No entanto, apesar das reuniões, o problema não foi solucionado.

"Houve muita conversa, mas não chegamos a lugar algum. Portanto, entrei com ação judicial e estou aguardando a perícia. Nunca tive um problema dessa dimensão na minha vida", lamenta o munícipe.

Indignado, ele cobra um posicionamento direto da prefeita Suéllen Rosim. "Foi ela quem assinou e autorizou a execução da obra. A licitação é de R$ 4,8 milhões. Não é possível que, dentro desse orçamento, não tenha sido previsto um seguro para esse tipo de situação", critica.

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