Os coletores de lixo da Emdurb se reuniram na noite desta quinta-feira (30) no pátio da empresa, após o anúncio da prefeita Suéllen Rosim (PSD) de que o serviço de coleta passará a ser executado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). De acordo com o advogado do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm), José Francisco Martins, a reunião contou com a presença de representantes da direção da Emdurb e dos trabalhadores. “Primeiro, a empresa veio e colocou a posição dela, pedindo para que os trabalhadores não se precipitassem, pois seriam negociadas garantias de absorção de parte da mão de obra pela empresa que venha a assumir o serviço, além da possibilidade de uma estabilidade de um ano”, relatou.
Em seguida, o sindicato conversou com os coletores e destacou que o processo ainda não está definido e precisa ser debatido com a categoria. “A empresa se coloca como se o evento já estivesse consumado, mas há necessidade de os trabalhadores se mobilizarem para lutar contra a concessão dessas atividades públicas ao setor privado”, afirmou Martins.
O advogado expressou preocupação com o impacto da medida sobre o emprego e as condições de trabalho dos coletores. “Sabemos que o setor privado dificilmente vai absorver todos os trabalhadores, tampouco manter os mesmos salários e condições que existem hoje na Emdurb. Nos locais onde houve terceirização, o que se vê são vínculos mais precários e piores condições de trabalho”, pontuou.
Segundo ele, os funcionários demonstraram disposição para resistir à mudança e poderão adotar medidas de mobilização. “Os trabalhadores entendem que é necessário lutar contra a entrega do patrimônio público, principalmente para garantir a manutenção dos empregos. Vamos convocar uma assembleia aqui na Emdurb para definir os próximos passos e os atos de mobilização, inclusive com a possibilidade de paralisação das atividades”, declarou.
O sindicato também cobra diálogo direto com a prefeita. “Os coletores querem que a prefeita venha pessoalmente conversar com eles, ouvir as cobranças e esclarecer o que foi anunciado”, disse Martins. Em entrevista na manhã desta sexta (31) ao Café com Política, programa da 96FM com o JC/JCNET, a prefeita se mostrou aberta ao diálogo com a categoria.
O representante do Sinserm criticou ainda a forma como o processo vem sendo conduzido. “Tudo isso está sendo feito às costas dos trabalhadores e da direção sindical, sem nenhuma discussão prévia. O anúncio foi feito pela imprensa como se a decisão já estivesse tomada”, concluiu.