O deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Novo) ainda nao sabe se será pré-candidato ao Senado Federal ou ao governo estadual, pelo qual demonstra preferência. Salles esteve em Bauru no último sábado (25) para um encontro regional do partido, que aconteceu no Alameda Hall. “Acho que o Estado de São Paulo precisa ter uma representação à altura no Senado. Minha decisão é concorrer ao Senado. Se, entretanto, o governador Tarcísio de Freitas for candidato à Presidência da República e não à reeleição, aí sim eu considero concorrer a governador.”
Para ele, o partido Novo vai crescer muito. “Ele ocupa uma posição privilegiada na direita, porque reúne duas coisas fundamentais: primeiro, é um partido muito homogêneo — todo mundo que é de direita no partido Novo é de direita mesmo. Aqui não tem aquele que finge ser de direita para pegar o voto. E, segundo, é um partido muito rígido com as questões de anticorrupção, conduta e comportamento. Então, quando você une essas duas coisas, acaba respondendo ao anseio da sociedade para que tenha gente honesta, coerente e consistente nessas posições. O Novo vai crescer demais”, ressalta o deputado.
A segurança e a tolerância zero contra o crime são suas duas principais bandeiras rumo ao Senado. “O lema de lei e ordem nunca foi tão necessário no nosso país, e é isso que eu sempre vou defender”, destaca.
Sua pauta, de uma forma em geral, vai ao encontro da agenda do Novo que, segundo o deputado, é voltada à eficiência da máquina pública e a uma visão liberal da economia, defendendo o direito à produtividade, todos os setores produtivos e o produtor rural.
Questionado sobre as questões ambientais, como a Lei do Cerrado, o ex-ministro do Meio Ambiente diz que é preciso ter equilíbrio na revisão da lei e reconhecer que existem excessos que não combinam com o desenvolvimento econômico e social. “A campanha que é feita hoje, tanto em relação à Lei do Cerrado quanto à da Mata Atlântica e outras, para não se mexer em nada, acaba criando espaço para ilegalidades. Quando nada pode, acaba abrindo espaço para que tudo possa”, argumenta.
Sobre a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a perfuração em águas profundas na região da Foz do Rio Amazonas para pesquisa exploratória, Salles diz ser uma decisão boa para mostrar as contradições do governo Lula e da esquerda. “Mostra a falta de coerência e de verdade, quando eles nos criticavam durante o governo Bolsonaro. Em pleno governo Lula, eles liberam algo que, se fosse à época do Bolsonaro, seria um escândalo. Você tem pessoas como o próprio senador Randolfe Rodrigues, que atacava muito o Ministério do Meio Ambiente na minha época e hoje é um defensor ferrenho do petróleo lá na Foz do Amazonas, justamente para levantar dinheiro para o seu Estado, que é o Amapá. Então, essa decisão do Ibama, eu entendo que revela bem a hipocrisia do governo de esquerda e do PT”, destaca.
O deputado acredita que o ex-presidente Bolsonaro poderá concorrer nas eleições de 2026. “No Brasil, tudo é possível. O Lula, que era culpado de tudo que foi acusado, tinha provas de todo tipo e acabou sendo inocentado e retirado da cadeia para poder concorrer. Quanto mais o presidente Bolsonaro, cujas acusações e provas não dão sustentação à condenação que ele recebeu. Ou seja, se o Lula, que era culpado, conseguiu reverter, muito mais o Bolsonaro, que é inocente, poderá. Então, eu acredito, sim, que é uma possibilidade.”