O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm) protocolou representação junto ao Ministério Público (MP) do Trabalho de Bauru solicitando a instauração de inquérito para apurar as circunstâncias que levaram à morte do funcionário da Emdurb Edmilson Vieira Bueno, 58 anos. O acidente ocorreu na manhã do último dia 20 de outubro, durante obras no refeitório da unidade. O trabalhador faleceu nesta segunda-feira (27), após permanecer em estado grave na UTI.

Segundo o documento assinado pela diretoria do sindicato e anexado à representação, Edmilson, que exercia a função de pedreiro, caiu de um andaime de aproximadamente 2,5 metros enquanto realizava serviço de reboco no interior do refeitório. Conforme a peça apresentada ao Ministério Público do Trabalho, a Emdurb não teria comunicado ao sindicato sobre o acidente nem detalhado as providências adotadas, o que levou representantes do Sinserm a buscar informações diretamente junto a empregados da empresa municipal.

O Sinserm aponta, na representação, indícios de graves falhas de segurança: ausência ou fornecimento inadequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), uso de EPI em situação irregular, problemas na estrutura do andaime — entre eles a falta de travas nas rodas — e eventual locação de equipamento em condições inseguras. O texto também relata que um colega teria se recusado a subir na estrutura por considerá-la insegura.

Em reunião realizada na manhã de 23 de outubro entre o sindicato e a presidência da Emdurb — acompanhada pela vereadora Estela Almagro e equipe da TV Câmara Bauru — a empresa informou ter aberto sindicância interna e afirmou estar prestando assistência ao funcionário. No entanto, segundo o Sinserm, o representante do SESMET da Emdurb não soube informar se o trabalhador usava EPI no momento do acidente nem se a empresa realiza treinamentos conforme a NR-35 (norma regulamentadora sobre trabalho em altura).

O sindicato ressalta ainda que, ao vistoriar o local do acidente, verificou ausência de EPIs e condições precárias no ambiente da reforma que, segundo a representação, estava “bastante sujo”. Para o Sinserm, tais lacunas apontam para negligência por parte da empresa e justificam investigação externa e independente.

Na representação encaminhada à Procuradoria do Trabalho, o Sinserm requer a instauração de Inquérito Civil Público para apurar responsabilidades trabalhistas e de segurança, identificar eventuais omissões e adotar as providências cabíveis — inclusive medidas que visem garantir condições seguras de trabalho a servidores municipais, a fim de evitar novos episódios semelhantes.