OPINIÃO

Pais, filhos e netos

Por Roberto “general” Macedo | O Autor é colaborador de opinião
| Tempo de leitura: 2 min

A Internet nem sempre publica apenas fake news e textos inúteis; muitas vezes, “cavucando”, encontramos algo interessante e verdadeiro.

Encontrei o texto abaixo e, infelizmente, não consegui descobrir o autor para dar o devido crédito. Reescrevi com pequenas alterações para poder compartilhar essa realidade adaptada com os leitores do JC.

Um filho escreveu no Facebook:

“Estou errado por me sentir magoado com meus pais idosos por estarem se mudando para uma praia em vez de ficarem aqui como babás em quem sempre confiamos?

Sinceramente, não consegui acreditar que eles estão fazendo isso. Eles, que sempre foram tão dedicados à família, estão, de repente, empacotando tudo e se mudando para o litoral para viver a ‘aposentadoria dos sonhos’.

Eles não param de falar sobre como querem ‘aproveitar a vida’ e ‘experimentar coisas novas’ enquanto ainda podem. Mas e nós? E os netos deles? Eu e minha esposa trabalhamos em tempo integral e não dá para cuidarmos sozinhos das crianças, sempre contamos com eles para ajudarem nessa tarefa, especialmente por terem pouca idade e não termos mais ninguém para nos ajudar como babás.

E agora, do nada, precisamos descobrir como pagar por cuidados infantis, porque eles decidiram que preferem tomar caipirinha e comer camarão na praia do que estar aqui para a família.

Simplesmente não entendo. Sempre fomos muito próximos. Eles amam os netos e estavam felizes em ajudar, agora estão colocando seus próprios desejos em primeiro lugar, em vez da família, onde deveriam estar.

Me sinto completamente abandonado e magoado. Estou errado por achar que eles deveriam ter considerado o papel deles como avós antes de tomar uma decisão tão grande e transformadora?”

A mãe respondeu:

“Bom dia, filho, aqui é a mamãe, vou falar por mim e pelo pai. Amamos nossa família, passamos toda a nossa vida trabalhando duro criando você e seu irmão, estivemos sempre presentes sempre que precisaram de nós.

Quando os netos chegaram, ficamos felizes em ajudar, nós os amamos profundamente. Mas, em algum momento, tivemos que nos perguntar: quando é que vamos viver por nós mesmos? Durante anos, sonhamos em nos aposentar e curtir a vida em um lugar quente e tranquilo, onde pudéssemos desacelerar, explorar e aproveitar a vida juntos.

Sempre adiamos, sempre havia responsabilidades, sempre havia alguém que precisava de nós. Mas depois de nos aposentarmos percebemos que, se não fizermos isso agora, nunca faremos.

Sabemos que você conta conosco para cuidar das crianças, mas nunca concordamos em ser babás em tempo integral. Nós os criamos e agora é a vez de vocês criarem seus filhos.

Não é nossa obrigação sacrificar nossos anos dourados porque vocês não querem pagar por uma babá. Não estamos abandonando ninguém, estamos apenas, finalmente, escolhendo a nós mesmos pela primeira vez. Isso realmente nos torna maus pais?

Espero que entendam isso de uma vez. Onde estivermos, nos visitem sempre que puderem. Estaremos, como sempre, de braços abertos para recebê-los.

Beijos da mamãe.”

E para vocês, leitores do JC: os pais estão certos ou errados?

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