SEGURANÇA PÚBLICA

Em Bauru, Derrite critica 'leis frouxas que beneficiam bandidos'

Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Joabe Guaranha/Prefeitura de Bauru
'A segurança só não está melhor porque o Brasil é um país que tem leis frouxas', afirmou Guilherme Derrite
'A segurança só não está melhor porque o Brasil é um país que tem leis frouxas', afirmou Guilherme Derrite

Durante a entrega de novas viaturas policiais em Bauru, nesta terça (7) de manhã, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, voltou a defender o endurecimento das leis penais brasileiras e criticou o que chamou de “legislação frouxa”, que, segundo ele, favorece a reincidência e enfraquece o sistema prisional.

“A segurança só não está melhor porque o Brasil é um país que tem leis frouxas. São leis que foram feitas para beneficiar bandido, infelizmente”, afirmou Derrite, destacando que o Estado tem realizado prisões em larga escala, mas sem a contrapartida da manutenção dos criminosos nas penitenciárias. “Desde o início da nossa gestão, em janeiro de 2023, já aprendemos mais de 518 mil criminosos. O problema é que eles não ficam presos”, completou.

O secretário citou ainda casos em que traficantes e sequestradores foram liberados em audiências de custódia, procedimento previsto pela legislação para avaliar a legalidade das prisões em flagrante. “Já tivemos casos de sequestradores sendo liberados na audiência de custódia. Já tivemos casos de traficantes internacionais de drogas, transportando centenas de quilos de entorpecentes, que foram liberados. Isso não pode acontecer”, disse.

Foco no combate ao crime organizado

Derrite ressaltou que a atual gestão da Secretaria de Segurança Pública tem como principal eixo o combate ao crime organizado, com foco em “inviabilizar a cadeia logística do crime” e “impedir a lavagem de dinheiro” das facções criminosas. Segundo ele, a estratégia foi definida ainda na fase de transição do governo Tarcísio de Freitas, e tem contribuído para a redução de índices criminais no Estado.

“Desde o início, deixamos muito claras as nossas estratégias: monitoramento e busca das principais lideranças do PCC, o bloqueio de rotas do crime e o combate ao financiamento das organizações”, explicou. Para Derrite, os resultados já aparecem em “indicadores positivos” e na sensação de segurança da população.

Tecnologia e integração policial

Durante a agenda em Bauru, o secretário também acompanhou o projeto Muralha Paulista, programa de videomonitoramento por reconhecimento facial e leitura de placas de veículos, implantado na cidade como projeto-piloto. Segundo ele, o sistema já resultou na captura de dois procurados pela Justiça e será expandido a todos os municípios paulistas até o fim do ano.

“Hoje nós temos mais de 200 mil mandados de prisão em aberto no país. Com o Muralha Paulista, o criminoso não vai poder trafegar livremente. Ou ele estará preso ou escondido, e nós estaremos atrás dele”, afirmou Derrite, classificando a tecnologia como uma “política pública de controle da mobilidade criminal”.

Estrutura e investimentos

A passagem do secretário pela região também marcou a entrega de novas viaturas às polícias Civil e Militar, num investimento de R$ 6 milhões, abrangendo cidades como Bauru e Ourinhos. Ele destacou que o Estado tem buscado renovar a frota e oferecer melhores condições de trabalho aos agentes, com veículos adaptados para áreas urbanas e rurais.

“É um investimento em estrutura, mas também em valorização. Esses equipamentos são fundamentais para que o policial possa exercer seu trabalho com segurança e eficiência”, pontuou.

Integração e investigações

A solenidade ocorreu na sede do CPI-4 e contou com a presença da prefeita Suéllen Rosim (PSD), do secretário-executivo de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Osvaldo Gonçalves Junior; do deputado federal Maurício Neves (PP); do deputado estadual Capitão Telhada (PP) e de vereadores e prefeitos de Bauru e região.

Ao lado do delegado-geral Artur Dian e de comandantes regionais, Derrite também comentou o andamento das investigações sobre o atentado que vitimou o delegado Rui, classificando o crime como “ato terrorista” e destacando que já há cinco presos e dois foragidos identificados.

“Desde o início desse atentado, a determinação do governador Tarcísio foi dar total apoio às investigações. A polícia já tem oito envolvidos identificados e continua trabalhando para prender todos”, afirmou.

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