Veja só.
Estou num salão com aproximadamente umas 32 ou mais pessoas, comemorando a data festiva de alguém.
Deixo a mesa onde faço uso para ir até um balcão pegar algum tipo de utensilio.
Quando olho para ela (minha mesa), vejo o anfitrião da festa, de posse da minha carteira. Dentro dela há somente pertences pessoais, documentos, cartões e algumas nota em dinheiro.
Ele não se contenta com o que faz e chama mais pessoas para ver e mostra até para quem não tem interesse, em ver e saber o que é que eu carrego em minha carteira. Ele retira dela meus objetos e juntamente com alguns outros riem.
Eu, parado ao canto, somente observo. Quando em uma virada de pescoço ele me vê.
E assim, com isso, se percebe que aumenta o som de suas risadas. Tenta me fazer uma pergunta e então somente me aponta o dedo indicador...
Logo em seguida vem a pergunta. - Por que esses dinheiros separados na carteira, o que você pretende com isso? Em seguida novas risadas.
Tomo a palavra e digo a ele: - Sabe isso que você fez. O que está acontecendo aqui é algo que não trouxe nenhum tipo de espanto ou constrangimento em mim. Olho para vocês e percebo a necessidade de todos.
Isso mesmo, "todos vocês" precisam urgentemente, ler uma obra literária ou talvez, ainda melhor, assistir ao filme de William Shakespeare, sobre Otelo, o Mouro de Veneza.
Lá, certamente, todos poderão de maneira bastante clara compreender o real sentido e o fruto que a Inveja produz.
O tamanho do estrago que ela é capaz de fazer nas vidas das pessoas que dão a ela o consentimento de agir.
O silêncio por um instante tomou todo ambiente. E assim, em um estalo de dedos, passo a ouvir sons e barulhos de veículos.
Acordo e vejo que está na hora de se levantar, um novo dia se inicia. Sigo a rotina diária. Banho, padaria e trabalho...
Já desfeito do bom repouso, fico a pensar no sonho e, logo reporto meus pensamentos as angustiantes dores e 'O Choro de Otelo'... cabisbaixo, fico em silêncio...