ECONOMIA

Prévia da inflação


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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, subiu 0,48% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento nos preços representa alta de 0,62 ponto percentual (p.p.) em relação a agosto, quando o índice caiu 0,14% - registrando a primeira deflação em mais de um ano. De acordo com o IBGE, o principal impacto para a alta dos preços veio do grupo Habitação (3,31%), especialmente da energia elétrica residencial. Após cair 4,93% em agosto, a tarifa subiu 12,17% em setembro, devido ao fim do Bônus de Itaipu, creditado nas contas do mês anterior. Com o resultado da primeira quinzena de setembro, o IPCA-15 acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses. Em 2025, o aumento chegou a 3,76%.

Inflação por grupos

Cinco dos nove grupos pesquisados pelo IBGE registraram alta em agosto. Além de Habitação (3,31%), pressionada pelo aumento da conta de luz, houve elevação nos preços de Vestuário (0,97%), Saúde e cuidados pessoais (0,36%), Despesas pessoais (0,20%) e Educação (0,03%). A variação dos grupos em setembro: Alimentação e bebidas: -0,35; Habitação: 3,31; Artigos de residência: -0,16; Vestuário: 0,97; Transportes: -0,25; Saúde e cuidados pessoais: 0,36; Despesas pessoais: 0,20; Educação: 0,03; Comunicação: -0,08.

Energia elétrica: vilão

Depois de provocar a deflação em agosto, com queda de 4,93%, a energia elétrica residencial voltou a ser o principal peso na alta dos preços. Em setembro, o item subiu 12,7%, contribuindo com 0,47 ponto percentual para o índice total. O aumento ocorreu com o fim do Bônus de Itaipu, que havia sido creditado nas contas de agosto. Além disso, estava em vigor desde 1º de setembro a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

Juros elevados

A ata do Copom foi dura indicando que os juros permanecerão elevados por longo período e o resultado do IPCA-15 confirmar a preocupação do Banco Central. A expectativa é que os juros fiquem em 15% ao ano ao menos até a virada do ano.

Redução de crescimento

O Banco Central (BC) reduziu de 2,1% para 2% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta no relatório de política monetária do terceiro trimestre. Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%. Para o ano de 2026, marcado por eleições presidenciais, o Banco Central projetou um crescimento menor ainda para o PIB brasileiro: de 1,5%. Esta é a primeira vez que a instituição divulga uma estimativa para a atividade no próximo ano. "A projeção considera a manutenção da política monetária em campo restritivo [juros altos], o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso [crescimento] agropecuário observado em 2025", informou o BC, sobre a estimativa de nova desaceleração da economia em 2026.

Arrecadação federal cai

A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 208,8 bilhões em agosto deste ano informou a Receita Federal. O resultado representa uma queda real de 1,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 212 bilhões (valor corrigido pela inflação). De acordo com a Receita Federal, a redução da arrecadação em agosto deste ano está relacionada com as enchentes no Rio Grande do Sul. Sem esse efeito extraordinário, no valor de R$ 3,6 bilhões, o Fisco diz que a arrecadação haveria aumento real na arrecadação do mês de agosto. Nos oito primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 1,89 trilhão - sem a correção pela inflação. Em valores corrigidos pela variação dos preços, a arrecadação totalizou R$ 1,91 trilhão de janeiro a agosto, o que representa um crescimento real (acima da inflação) de 3,73% em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 1,84 trilhão.

Mude já, mude para melhor!

A vida é como uma gangorra: em alguns momentos estamos no alto, contemplando o horizonte, e em outros, lá embaixo, ganhando força para subir novamente, mas uma coisa é certa: os justos serão glorificados. Mude já, mude para melhor!

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