OPINIÃO

Carta aberta à população

Por Profissionais da saúde da OS Mahatma Gandhi |
| Tempo de leitura: 1 min

Nós, profissionais da saúde, cumprimos diariamente nossas obrigações contratuais.

Atendemos a população, alcançamos as metas e objetivos estabelecidos pela Secretaria de Saúde e, muitas vezes, ultrapassamos o que é exigido, porque entendemos que a saúde é essencial e não pode esperar.

Mesmo diante das dificuldades, seguimos firmes, acolhendo todos que nos procuram e oferecendo o melhor com os recursos disponíveis. Garantimos os cuidados à população.

Mas é preciso dizer: somos poucos para a enorme demanda existente. E, por mais que nos dediquemos, existem limites humanos e estruturais que precisam ser reconhecidos.

Somos trabalhadores.

Somos seres humanos.

Precisamos de condições mínimas para sobreviver. O salário é essencial: garante dignidade, moradia, alimentação e o sustento de nossas famílias. No entanto, estamos com o pagamento de agosto e setembro em atraso.

Como sobreviver nessas condições?

Exigir trabalho contínuo sem a devida remuneração não caracteriza apenas descaso: configura desrespeito ético, humano e violação de direitos fundamentais.

Repudiamos as irregularidades cometidas pela OSS Mahatma Gandhi. Não temos culpa por seus atos — somos tão vítimas quanto a população. O mais grave é a inexistência de um canal de comunicação com a empresa interventora e com a prefeitura, que têm se mostrado pouco resolutivas em meio a este processo, bem como a ausência de esclarecimentos diretos dos responsáveis. Não temos notícias sobre os desdobramentos, tampouco previsões sobre nossos direitos; pelo contrário: somos cobrados e vigiados (!!!) diariamente.

Lembrem-se: também somos munícipes de Bauru. Atendemos nossa população e, muitas vezes, nós mesmos necessitamos desse sistema de saúde.

Foram anos de dedicação intensa no horário estendido. O número de atendimentos realizados desde 2023 foi imenso — e esse mérito é exclusivamente nosso, fruto do nosso esforço diário, os números falam por si só.

Hoje, estamos submetidos a uma condição injusta, degradante e absolutamente insustentável. E exigimos: respeito, dignidade e a garantia imediata dos nossos direitos.

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