Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (12), representantes dos poderes Executivo e Legislativo de Bauru decidiram agendar uma audiência pública para o próximo dia 24 de outubro, com o objetivo de ampliar o debate sobre a retomada da Ferrovia Malha Oeste, que liga o Porto de Santos (SP) a Corumbá (MS), passando pela cidade.
O encontro ocorreu no prédio administrativo da Vila Falcão e contou com a presença da prefeita Suéllen Rosim (PSD), secretários municipais e vereadores, incluindo a propositora da reunião, vereadora Estela Almagro (PT).
A iniciativa surge como desdobramento da participação da parlamentar Estela em audiência pública realizada em agosto, em Campo Grande (MS), com lideranças políticas, sindicais e representantes do governo federal.
A audiência pública do dia 24 será aberta à comunidade e a lideranças regionais e nacionais, visando discutir a importância estratégica da ferrovia para a logística brasileira e o desenvolvimento regional. Está prevista para começar às 9h, em local ainda a ser definido.
ESTRATÉGICA
A Malha Oeste é considerada um dos principais corredores logísticos do País e parte essencial da chamada Rota Bioceânica de Capricórnio — um eixo interoceânico que pretende conectar o Brasil aos portos do Chile, via Paraguai e Argentina. Bauru, por estar no entroncamento central dessa malha, é vista como peça-chave no processo de reativação.
A proposta de reativação ganhou força após o Tribunal de Contas da União (TCU) negar a repactuação do contrato com a atual concessionária, a empresa Rumo S.A., cujo vínculo se encerra em 2026. Para os envolvidos, esse é o momento ideal para repensar o modelo ferroviário do país e garantir que Bauru esteja inserida nos planos de modernização do transporte de cargas.
A vereadora Estela Almagro destaca que o retorno da ferrovia vai além do transporte de cargas. "Trata-se de uma decisão estratégica, com impacto direto na geração de empregos, na reindustrialização verde e na inserção do Centro-Oeste como centro logístico da América do Sul", afirmou.
A parlamentar também reforça que a Malha Oeste é uma pauta que une diferentes setores: trabalhadores ferroviários, ambientalistas, produtores rurais, empresários e gestores públicos. "Cabe a nós, como lideranças locais, construirmos uma agenda suprapartidária e regional capaz de viabilizar esse projeto transformador", concluiu.