O grupo 'Voluntários em Ação', um dos mais atuantes na área de assistência social informal em Bauru, está completando 28 anos de atividades ininterruptas. A iniciativa nasceu em junho de 1997, quando Emília Zaidan Daré e seu filho Miguel Daré visitaram o Abrigo de Idosos do Paiva sem imaginar que a experiência daria origem a uma caminhada de quase três décadas.
"Algo nos tocou profundamente. Quinze dias depois estávamos de volta e, desde então, todos os segundos sábados de cada mês estamos lá, levando carinho, lanche, música e alegria aos idosos", recorda Miguel Daré, líder do grupo.
As visitas ao abrigo são sempre temáticas, celebrando datas como Dia das Mães, Dia dos Pais, 7 de Setembro e Natal. Além do lanche, há apresentações musicais, danças, corais e até concursos de dança e desfiles entre os abrigados, em meio a uma decoração preparada especialmente para cada ocasião.
O trabalho, no entanto, não parou por aí. O 'Voluntários em Ação' esteve por 10 anos na Casa da Criança, participou por mais de 20 anos da Feiramor da Apae Bauru, do McDia Feliz em prol da ABCC e de ações como a distribuição do tradicional Bolo Bauru. Por um longo período, também distribuiu refeições noturnas a moradores de rua em diferentes pontos da cidade.
Atualmente, há mais de 10 anos, o grupo mantém um trabalho de complementação alimentar e de doação de itens básicos (como cobertores e produtos de higiene) para famílias em situação de vulnerabilidade. O apoio chega a comunidades onde, apesar de já haver auxílio de programas oficiais e entidades, as necessidades persistem devido ao grande número de integrantes das famílias.
Outra frente de atuação é o "Lanchinho da Manhã", oferecido em entidades e projetos sociais, que atende entre 140 e 160 crianças por vez. Cada criança recebe cerca de 12 itens de guloseimas e alimentos.
As ações são semanais e sempre divulgadas nas redes sociais do grupo, em um formato de prestação de contas. O financiamento vem da realização de brechós mensais e da colaboração de amigos e apoiadores. "Não recebemos nenhum subsídio governamental. Mantemos nossas atividades graças ao trabalho nos brechós, à doação de itens e a pequenas contribuições de amigos. Tudo é registrado em ata, com notas fiscais e recibos", explica Miguel Daré.
Para ele, a missão vai muito além da ajuda material. "São 28 anos levando amor e alegria aos nossos irmãos abrigados, às comunidades e entidades que visitamos semanalmente. Há épocas em que temos o mês todo já agendado e não temos recursos, mas, de forma incrível, começam a chegar doações e colaborações. Isso mostra que estamos no caminho certo e que nunca devemos desistir do bem e da caridade", afirma. Com emoção, Miguel lembra também dos laços criados ao longo do tempo. "Voluntariar para mim é uma responsabilidade muito grande. São vínculos de vida. Hoje encontro pessoas que conheci há mais de 20 anos nas entidades. Muitos eram crianças, hoje são adultos, e me reconhecem, lembram do grupo e agradecem carinhosamente. Esse retorno é o que nos fortalece para continuar." (leia mais na página 48).
