Em 62 A.C, a segunda esposa do imperador romano Júlio César, a Pompeia Sula, fez uma festa em sua casa apenas para mulheres e homens não poderiam se aproximar do evento.
Mas Publius Clodius, sendo rico, atrevido e 'talarico' da época, estava apaixonado por Pompéia e não resistiu. Disfarçou-se de mulher tocadora de Lira e clandestinamente entrou na festa na esperança de se aproximar da amada. Foi descoberto e expulso da festa, no entanto, o falatório foi geral na cidade. E mesmo que não tivesse acontecido nada, imediatamente Júlio César se divorciou de Pompeia e disse: "A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita e não basta ser honesta, deve parecer honesta".
Espelhamos neste acontecimento, que é histórico e não mitológico, para dizer que causou surpresa e espanto a Manchete do JC de 20/8 que cita : 'Lei que dá transparências a contas de Entidades enfrenta resistências'.
Numa cidade em que tivemos milhões desviados da Apae e que culminou com assassinato e prisões, é muito estranho que Projeto de Lei que obriga entidades a divulgarem suas movimentações financeiras e patrimoniais tenha gerado divergências entre vereadores, representantes de entidades e membros da atual administração. Aliás, não deveria nem ter Audiência Pública e muito menos debate. Mesmo porque toda entidade ou instituição que recebe verba pública federal, estadual ou municipal tem o dever legal e moral de prestar contas para a sociedade. Os Princípios da Publicidade e da Transparência estão contidos na Lei Maior que é a Constituição Federal, na Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município. E o Executivo e o Legislativo têm o dever de fiscalizar.
Necessário citar que a Câmara Municipal discute tarde essa obrigatoriedade de prestação de contas. E demora pode terminar em tragédia; por exemplo, quando um fisioterapeuta protocolou no Legislativo em novembro de 2022 suposto esquema fraudulento na Apae Bauru, no dossiê tinha os nomes dos que posteriormente um seria preso e a outra assassinada em agosto de 2024.
A desculpa foi que o fisioterapeuta não apresentou provas! Oras, mas é o denunciante que tem de apresentar provas? Lógico que não! Cabe às autoridades constituídas ou eleitas fiscalizar a veracidade ou não das acusações. Portanto, não pega bem essa oposição contra a transparências nas contas. Toda entidade ou instituição subvencionada com dinheiro público também deveria expor os salários dos membros de suas diretorias. Aqui em Bauru essa informação estranhamente se tornou uma caixa-preta. Será que temos altos salários neste meio?
E a Câmara de Bauru tem que pautar o Projeto de Lei imediatamente sem mais delongas ou audiências. E para as entidades assistenciais, que sirva o exemplo da Mulher de César!