Pacientes da UPA Ipiranga, em Bauru, relatam longas filas de espera para receber atendimento, falta de prioridade para idosos, grosseria e má vontade partindo dos funcionários da unidade de saúde. As denúncias aconteceram nesta terça-feira (19) após munícipes revoltados com a demora acionarem a imprensa.
Ana Cláudia Gomes da Silva, 40 anos, técnica de enfermagem, contou que chegou às 14h e só foi atendida por volta das 17h30. Ela também apontou para a grande quantidade de pessoas idosas na fila, que deveriam ser priorizadas. “Vi muitos esperando sem atendimento. Quando questionei a funcionária, fui tratada com grosseria. Eles acham que estão fazendo favor para a gente, mas não estão. Eu também trabalho nessa área e sei como é lidar com paciente, mas quando acontece comigo eu procuro contornar a situação com educação”, afirmou. Ana Cláudia disse ainda que pretende registrar reclamação na Ouvidoria.
Situação semelhante foi relatada por uma mulher que acompanhava o pai, de 81 anos, com infecção na perna. Ela disse que aguardava desde às 14h sem atendimento. “Disseram que não era emergência. Liguei para os Direitos Humanos e me informaram que idoso tem prioridade. Aqui isso não é respeitado”, relatou. Segundo ela, também houve grosseria por parte de um enfermeiro.
Renato Leite, 68 anos, também reclamou da demora. Ele chegou às 15h, com encaminhamento para exames de leishmaniose, mas não havia sido atendido até as 18h desta terça-feira. Sua filha, que esteve no local no dia anterior com pressão alta, desistiu após horas de espera.
“Minha mãe, de 92 anos, só foi atendida depois de mais de cinco horas. Cheguei às 12h e ela só passou pelo médico agora às 17h30 e ainda faltam os exames. Perguntei se idosos não tinham prioridade e me falaram que não podiam resolver nada”, disse Ivone Bortolato Alves, 73 anos.
As reclamações se repetem entre os usuários, que relatam ainda um ambiente hostil e desrespeitoso no acolhimento.
Em nota encaminhada ao JCNET, a Secretaria Municipal de Saúde informou que registrou aumento acima da média no número de atendimentos na UPA Ipiranga, na tarde desta terça-feira (19). No entanto, destacou que a pasta não tem como apurar se houve desentendimento entre os servidores e os pacientes por não ter a identificação de quais funcionários da UPA tiveram as atitudes vistas como grosseiras.