Após lutar pela vida durante 68 dias no Hospital de Base (HB) de Bauru e passar por vários procedimentos cirúrgicos, o cabo do Corpo de Bombeiros Paulo Henrique Pinto, que sofreu um grave acidente no quilômetro 357 da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), a Bauru–Marília, em Bauru, recebeu alta nesta sexta-feira (15) e seguirá o tratamento em casa. Na saída do hospital, ele emocionou-se com a homenagem feita por colegas de farda e do policiamento de área, além de membros da equipe médica e de enfermagem.
O acidente ocorreu no dia 7 de junho, por volta das 13h. Na ocasião, o bombeiro conduzia uma viatura da corporação sentido Bauru quando, nas proximidades da Vila Dutra, perdeu o controle da direção e capotou diversas vezes. Ele ficou preso às ferragens e sofreu múltiplas fraturas nos membros inferiores e membro superior esquerdo, além de traumatismo cranioencefálico leve.
Com o objetivo de apoiar e agilizar o atendimento prestado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após o resgate e estabilização da vítima, a Polícia Militar (PM) bloqueou vias de maior movimento no trajeto até o Pronto-Socorro Central (PSC), para onde ela foi conduzida em estado grave. Ao longo do período de internação, o cabo foi submetido a diversas cirurgias.
Apesar da gravidade do quadro, não ficou com nenhuma sequela neurológica. De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros Ricardo Nunes, ele trabalhou durante muito tempo na região, onde ainda mora, mas estava atuando como instrutor no Departamento de Mergulho da Escola Superior de Bombeiros de Franco da Rocha. Na sexta (15), teve alta e seguirá o tratamento em casa.
A saída do bombeiro do hospital foi marcada por momentos de emoção. Do lado de fora, amigos e colegas de farda, além de integrantes do policiamento de área e equipes médica e de enfermagem, celebraram sua recuperação. Em seu perfil no Instagram, o @bombeiro360 postou vídeo com homenagens prestadas, além de mensagem com o lema da corporação: "ninguém fica pra trás".
"Foram 68 dias de espera. Sessenta e oito longos amanheceres e entardeceres carregados de esperança, fé e lembranças. Naquele dia, um dos nossos caiu... não por falta de coragem, mas justamente por tê-la em excesso. Um acidente gravíssimo colocou à prova não apenas a sua vida, mas também o laço que nos une. E se existe algo que define um bombeiro, é que ninguém fica pra trás. Não importa o fogo, a distância ou o tempo. Quando um de nós cai, todos nos abaixamos para erguê-lo. E foi assim, dia após dia, visita após visita, palavra após palavra, que estivemos ao lado dele, na dor, na luta e, agora, na vitória", diz o texto.
"Hoje, ver nosso irmão cruzando as portas do hospital é como assistir ao renascimento de um guerreiro. As cicatrizes contam a história de um combate silencioso, travado não nas ruas ou nas chamas, mas dentro do próprio corpo, dentro da própria alma. E ali, no abraço apertado, no uniforme que o esperava, na tropa que o recebeu, estava a prova viva do nosso juramento: nenhum companheiro fica para trás. Porque ser bombeiro é muito mais do que combater incêndios. É carregar no coração a chama da união, do amor à vida e da lealdade que nem o tempo, nem a dor, nem a morte conseguem apagar. Hoje, celebramos não apenas o retorno de um amigo. Celebramos a força de uma família que veste o mesmo fardamento e que, unida, é capaz de trazer de volta quem o destino tentou levar", completa.