Olavo Bilac, se vivo fosse, desse modo, a ele faria referência. Em seu poema, "Língua Portuguesa", faz tal alusão metafórica para descrever o português como última língua a surgir do latim vulgar, falado na região do Lácio, na Itália.
Com muita tristeza, perdemos o Professor Gino Crês, um exímio defensor, preservador e propalador da nossa língua portuguesa. Incansável educador, foi preceptor de incontáveis alunos em Bauru. Honra minha fazer parte desse seleto grupo.
Também contribuiu com a política da cidade e sempre será lembrado por ter sido um edil honesto e dedicado ao interesse público e aos menos favorecidos, nunca pensando em obter vantagem pessoal com o cargo exercido.
Por seu posicionamento retilíneo, foi laureado com a medalha "Sebastião Paiva" proposta pelo ilustre vereador José Roberto Segalla. Lecionou em inúmeros colégios e sua metodologia de ensino deve ser exemplo até hoje uma vez a maior felicidade de um Professor e saber que o aluno não esquecerá o que foi aprendido. Um contrassenso seria não trazer à baila, alguns de seus ensinamentos:
- Se vou "a", crase "à", se volto "de", crase para quê!
- Não larga nada, é lagartixa!
Assim como muitos ilustres bauruenses, também frequentou o famoso "Bar do Toninho Moreira" reduto da boêmia bauruense de outrora, onde também compareciam com frequência, seus irmãos Renato e Guido, todos amigos do Toninho.
Certa vez, Coronel João Castein Castilho, ao ver Guido, conhecido pelo vigor físico e Gino, adentrando ao bar, os chamou para perto e disse em tom irônico: Deus foi sábio, deu a inteligência para um e a força para outro. Nesse instante, todos que ali estavam caíram em gargalhadas.
Seu legado perpetua-se, pois, deixou todos seus filhos formados, sendo de relevo lembrar aqui do amigo Adriano Crês, que segue a senda de honestidade e competência deixada pelo seu pai, trilhando a honrosa e árdua carreira de Delegado de Polícia na cidade de Bauru.
Gino vai em paz e com sentimento de dever cumprido, deixando muitas saudades em todos amigos sinceros que cativou durante a vida. Seus inúmeros ex-alunos também se despedem pelas redes sociais, em especial no post de Anna Lucia, criadora da conta "Dinos de Bauru".
Mas se alguma falha gramatical ainda cometermos e de alguém precisarmos nos socorrer, ainda temos como arauto da Língua Portuguesa, o culto mestre Roberto Magalhães para tal desiderato, contudo, infelizmente, partiu a última flor do Lácio!
