Bauru, um polo de ensino superior de excelência no Interior paulista, terá uma nova universidade em janeiro de 2026. A UniSenai SP chegará ao município com 80 vagas divididas igualmente entre dois cursos: tecnólogo em mecatrônica e análise e desenvolvimento de sistemas.
De acordo com Ademir Redondo, diretor do Senai Bauru, essa 'estreia' marca uma fase de expansão para o Interior da UniSenai que concentra a maior parte das unidades na Capital. Serão sete novas faculdades: além de Bauru, Botucatu, Marília, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Piracicaba e Jacareí. A escolha por Bauru está ligada à sua importância estratégica para o Senai São Paulo. Segundo Ademir Redondo, o município atende a 25 cidades vizinhas e abriga empresas que historicamente contratam técnicos formados pelo Senai. "A cidade tem 75 anos de história com o Senai e mais de 20 anos com cursos técnicos. Mas muitos desses profissionais encontram um teto, pois não há formação superior alinhada às necessidades da indústria", afirmou.
Os cursos serão ofertados no próprio prédio do Senai, na quadra 11 da rua Virgílio Malta, no Centro, que passará por adaptações até o fim de 2025 para receber as novas turmas. Cerca de 70% da estrutura já está pronta. As aulas serão práticas e divididas em grupos de 20 alunos, com o objetivo de garantir melhor aproveitamento nos laboratórios. Cada grupo desenvolverá projetos diretamente ligados às empresas onde os alunos atuam, buscando resolver gargalos reais da produção.
O modelo proposto prevê que as próprias indústrias custeiem, parcial ou totalmente, os estudos dos colaboradores indicados, que passarão por vestibular e dependem de aprovação. Caso o número de indicados não atinja o total de vagas, a comunidade em geral poderá participar do processo seletivo. Para o diretor, o impacto da iniciativa será direto na produtividade e na competitividade das indústrias locais. "Com equipes mais qualificadas, os processos melhoram, os custos caem e a produção aumenta. Isso gera mais vendas e mais empregos", explica Redondo.
Segundo ele, a qualificação profissional vai acompanhar os avanços tecnológicos nas fábricas. "Muitas vezes, o empresário investe em máquinas de última geração, mas não tem quem opere ou programe", afirma.
Redondo também destacou a responsabilidade das empresas em investir nas equipes. "Costumo dizer aos empresários: investir nas pessoas pode fazer com que elas deixem a empresa. Mas pior do que isso é não investir e elas ficarem. Porque aí você tem uma equipe parada, limitada, que não faz a empresa crescer", diz. A expectativa é que, futuramente, a unidade bauruense ofereça pós-graduação em áreas como modelagem de projetos da construção civil (Building Information Modeling). O corpo docente será formado por profissionais com, no mínimo, mestrado. Parte virá do próprio Senai e outra parte será contratada no mercado.
