Três quedas em espaço inferior a um mês consternaram boa parte da população brasileira. A primeira ocorreu em 20 de junho na distante Indonésia e as outras duas aqui mesmo no país, no interior do estado de Minas Gerais e no interior do Rio Grande do Sul.
Uma jovem publicitária de 26 anos realizava um mochilão - modalidade de viagem de turismo onde predominam a simplicidade, baixo custo e autonomia - quando escorregou em uma trilha e caiu na cratera de um vulcão da Indonésia. Na tarde de 5 de julho, uma servidora pública de 36 anos caiu de uma altura de aproximadamente 93 metros enquanto praticava rapel na Pedra do Elefante, em Andradas/MG. Cinco dias depois, em Cambará do Sul na Serra Gaúcha, uma menina de apenas 11 anos precipitou cerca 70 metros no Cânion Fortaleza.
As três tragédias têm como característica de similaridade o inesperado. Embora nem tudo esteja claramente apurado, pode-se afirmar que não foram atitudes voluntárias, gestos feitos proposital ou premeditadamente. As investigações iniciais dão conta de que, no primeiro caso, a turista brasileira, talvez cansada, foi deixada para trás pelo guia do grupo excursionista. A experiente alpinista que escalava a Pedra do Elefante parece ter tido problemas com o equipamento em que tantas vezes confiou. Já a criança da tragédia gaúcha, tudo leva a crer se desgarrou num instante de desatenção dos pais para correr em direção às profundezas do vale.
Independente das conclusões às quais ainda se possam chegar, os três casos nos trazem reflexões importantes entre as circunstâncias - abandono, confiança, desatenção - até agora reveladas e o que, por analogia, a bíblia já alertava há milênios. Nas Escrituras, a queda espiritual, não a física, é uma situação explorada repetidamente e por diversos ângulos. Inicia com a queda do casal original - Adão e Eva - por desobediência aos mandamentos de Deus e, em função dela, a extensão percorrendo toda a humanidade com situações distintas, mas sempre graves nas consequências, ao longo da história.
No caso da niteroiense vitimada na Indonésia, viagens solitárias e sob condições simples não eram uma novidade. Nos destinos juntava-se a grupos diversos para explorar os encantos da localidade. Nesse particular, muitas vezes se valia do conhecimento e do apoio de guias turísticos, teoricamente especializados para tal condução. Aparentemente o guia escolhido desconsiderou sua condição física, a deixou para trás e seguiu com o restante do grupo, abandonando-a. Em determinados momentos da vida, em especial quando nos encontramos desorientados, também somos impelidos a procurar "guias" que nos auxiliem, mas essas escolhas nem sempre se apoiam nos ensinamentos bíblicos.
A parábola sobre a ovelha perdida (Lucas 15.3-7) retrata que os que têm a Jesus como seu pastor nunca serão abandonados, mesmo que em algum momentâneo instante da vida se percam ou se desviem do caminho correto. A escolha do guia certo faz toda a diferença. A experiente alpinista, elogiada por seus pares do esporte pela sua técnica no rapel, confiou no equipamento tantas vezes utilizado, mas aparentemente esse rompeu ou não foi suficiente para suportá-la e evitar a queda. Também muitos depositam sua segurança em bens materiais que teoricamente os sustentarão em toda e qualquer circunstância. Acreditam que o acúmulo, a posse ou o conhecimento são suficientes para garantir a estabilidade e o sucesso. Depositam cegamente a confiança no aspecto material e desdenham o espiritual. Novamente recorre-se ao apóstolo Lucas e à sua narrativa de uma parábola - a do rico tolo - utilizada por Jesus para ilustrar o perigo de se deixar dominar pela ilusória segurança da abundância de bens nesta vida (Lucas 12.16-21).
Por último, a tragédia com a menina no cânion alerta para a responsabilidade da vigilância dos tutores sobre aqueles que ainda não têm o completo discernimento nem o total arbítrio sobre seus atos. Crescem os relatos de crianças e adolescentes vítimas de desafios na internet ou seduzidas (literalmente) por propostas nas redes sociais. Nesse particular, os ensinamentos de Efésios 6.4 - "Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos" e Provérbios 22.6 - "Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele" se complementam ao indicar que a instrução dos pequenos nos caminhos e na doutrina do Senhor os alicerçará para uma vida adulta sólida, venturosa e sem desvios.
IGREJA BATISTA DO ESTORIL - 63 anos atuando Soli Deo Gloria
Cultos Online: https: www.youtube.com/@tvibatistaestoril