COLUNISTA

Senhor ensina-nos a rezar


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Jesus gostava de se retirar para lugares desertos, especialmente à noite, a fim de estar a sós em oração com o Pai. São Lucas conta no Evangelho da santa Missa deste domingo - Lc 11,1-13 - que Jesus em certo ocasião ao voltar da oração um dos discípulos lhe pediu: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos".

Todavia, não sabemos como João Batista rezava. Sabemos que ele era um homem rigoroso que concebia a Deus como um juiz severo: Convidava todos à conversão radical de vida e ameaçava com o juízo de Deus: toda árvore que não produzir frutos de penitência será cortada e lançada no fogo. Para Jesus Deus é diferente, é um Pai misericordioso. Então Jesus atendeu ao pedido daquele discípulo e ensinou-lhes a oração do "Pai- nosso", que é o modelo da oração cristã dos filhos e filhas de Deus. São Lucas traz no seu Evangelho a oração na sua forma mais breve.

O "Pai-nosso", segundo São Lucas, tem apenas cinco pedidos. Já São Mateus no seu Evangelho acrescenta também: "seja feita a tua vontade" e "mas livra-nos do mal". No "Pai-nosso" Jesus começa fazendo os dois primeiros pedidos ao Pai: que teu nome seja santificado e que venha o teu Reino, pedindo, portanto, ao Pai misericordioso o Reino de Deus. Quanto aos outros pedidos, Jesus dá atenção às nossas carências humanas, pedindo a Deus: o "pão nosso", o "perdão dos pecados", que deve ser dado aos irmãos e irmãs. E termina, suplicando: não nos deixes cair em tentação mas livra-nos do mal. Amém (cf. Mt 6,9-15).

São Lucas acrescentou no seu Evangelho a parábola sobre a insistência na oração. Um homem recebeu, inesperadamente fora de hora, a visita de três pessoas e, desprevenido, foi pedir emprestado ao vizinho, seu amigo, três pães. Como era de noite, o vizinho não queria levantar-se para dar os pães. No entanto, para ver-se livre da importunação, mesmo aborrecido, levantou-se para dar-lhe os pães. Jesus tirou a lição: "Pedi e recebereis, procurai e encontrareis; batei e vos será aberto". E acrescentou: "Será que alguém de vós que é pai, se o filho pedir um peixe lhe dará uma cobra?

Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto amais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!" A oração exige perseverança, insistir sempre de novo. Na primeira leitura da santa Missa - Gênesis 18,20-32 - vemos a intercessão do justo, Abraão, insistindo na sua súplica a Deus para livrar Sodoma e Gomorra da sua destruição.

A oração perseverante dos justos é eficaz. Mas, Abraão não ousou descer a menos de 10 o número dos justos. No entanto, confiou. Bem sabia ele que em si mesmo a sua oração seria pequena e pobre, insuficiente para sensibilizar a Deus e fazê-lo agir, mas intentou tão somente mover-se a si mesmo até Ele para rezar os seus problemas com Deus e nEle confiar.

Na segunda leitura - Colossenses 2,12-14 - São Paulo instruiu os irmãos para que perdoem-se por serem verdadeiramente irmãos. Mas, perdoem porque Deus perdoou primeiro, especialmente em Cristo, que já pagou toda a dívida: Deus nos perdoou todas as nossas faltas: apagou, em detrimento das ordens legais, o título de dívida que existia contra nós. E o suprimiu, pregando Jesus na cruz. Tenhamos presente o que São Paulo também nos diz: "Recebestes o Espírito de adoção; é por ele que clamamos: Abá, Pai! (Rm 8,15).

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