Você pode não ter reparado ou pensado ser mera coincidência. Mas, passados dias muito estressantes, a pele talvez tenha ficado mais oleosa, ou as olheiras mais marcadas. Se bobear, até surgiu alguma acne.
Pois saiba que não tem nada de coincidência aí. O estresse realmente afeta a boa saúde da pele e é sobre isso que conto mais, inclusive dicas para se manter saudável.
Por que quando nos estressamos a pele acaba impactada?
Quando estamos estressados, nosso cérebro ativa o eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal (HHA), responsável por preparar o corpo para a resposta de "luta ou fuga". O resultado disso é a liberação de cortisol e outros hormônios, como adrenalina. A questão é que o cortisol, quando em níveis elevados por períodos longos, traz efeitos negativos, sobretudo para a pele.
O motivo é que o cortisol é conhecido por ser um hormônio imunossupressor, ou seja, ele diminui a atividade do sistema imunológico em situações de estresse crônico. Essa diminuição da defesa imunológica traz vulnerabilidade da pele a infecções, inflamações e doenças.
E tem mais: o cortisol ainda tende a afetar as células de defesa da pele, que são responsáveis por detectar e eliminar organismos patogênicos. Se a função desses grupos celulares for prejudicada, a pele fica mais suscetível.
Quais são os impactos do estresse na pele?
Uma vez que você se estressa por períodos prolongados, e vive num estado de alerta constante, esses são os impactos mais comuns:
1. Aumento de oleosidade e acne
O cortisol, quando liberado em excesso, vai estimular as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo. Esse aumento de oleosidade, combinado com o acúmulo de células mortas e sujeira, entope os poros, causando inflamações e surgimento de acne.
2. Envelhecimento precoce
O cortisol também tem um efeito destrutivo sobre o colágeno da pele, responsável por dar firmeza e elasticidade à pele, e sua degradação é um dos principais responsáveis pelo aparecimento de rugas e pela perda de elasticidade. A exposição prolongada ao estresse e níveis altos de cortisol acelera esse processo de envelhecimento.
3. Secura e irritação
O estresse crônico tem impacto na barreira cutânea, que é a camada protetora da pele. Na prática, temos um aumento na perda de água da pele, deixando-a mais seca e propensa a irritações. Assim, há condições para problemas de eczema, psoríase e dermatite.
4. Inflamação
Quando o cortisol fica muito alto, ele pode afetar o sistema imunológico, deixando a pele mais vulnerável a inflamações. Nesse caso, as consequências são surtos de doenças de pele, como rosácea ou psoríase, ou agravamento de condições existentes.
5. Problemas de cicatrização
O cortisol também afeta a capacidade do corpo de cicatrizar feridas. O excesso de cortisol tende a interferir no processo de cicatrização, deixando a pele mais lenta para se recuperar de lesões, cortes ou acne.
6. Alterações na cor da pele
Estresse constante pode afetar a circulação sanguínea, levando a uma aparência de pele mais opaca ou com tons desiguais, já que a pele não recebe nutrientes e oxigênio suficientes para manter sua vitalidade.
Então, o melhor a ser feito é gerenciar seu estresse
É natural que a gente se estresse - a questão é o excesso de estresse por longos períodos. Por isso, algumas dicas vêm a calhar:
Faça exercícios físicos, a prática regular de esporte ajuda a reduzir os níveis de cortisol.
Busque técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e respiração profunda, para ajudar a controlar o estresse.
Durma bem à noite, pois o descanso é fundamental para a produção de hormônios equilibrados, incluindo o cortisol.
Tenha uma rotina de cuidados com a pele, como hidratar a pele, usar produtos adequados para o seu tipo de pele e evitar o uso excessivo de cosméticos agressivos. O uso de vitamina C e produtos antioxidantes também ajuda.
Não se esqueça de pedir ajuda médica, seja no gerenciamento do estresse ou nos cuidados com a pele.