ECONOMIA

Arrecadação Federal bate recorde em junho


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A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 234,5 bilhões em junho deste ano, informou a Receita Federal. O resultado representa um aumento real de 6,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 220 bilhões (valor corrigido pela inflação). Esse também foi a maior arrecadação já registrada para meses de junho desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995, ou seja, em 31 anos. De acordo com a Receita Federal, o recorde na arrecadação foi obtido com ajuda do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo em meados maio. Após ajustes feitos pela equipe econômica, a medida vigorou até 27 de junho, quando foi derrubada pelo Congresso Nacional, sendo retomada, novamente - em quase sua totalidade -, em 16 de julho após decisão do Supremo Tribunal Federal. Segundo dados da Receita Federal, a arrecadação do IOF ficou, em junho, R$ 2,2 bilhões maior do que no mesmo período do ano passado, principalmente por conta do aumento do tributo.

A arrecadação somou R$ 1,42 trilhão

No primeiro semestre deste ano, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 1,42 trilhão - sem a correção pela inflação. Em valores corrigidos pela variação dos preços, a arrecadação totalizou R$ 1,44 trilhão de janeiro a junho, o que representa um crescimento real (acima da inflação) de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 1,38 trilhão. Nos seis primeiros meses deste ano, a arrecadação também bateu recorde histórico para o período. Além da alta do IOF, o governo também contou com o aumento de outros tributos, efetuados nos últimos anos, para melhorar a arrecadação em 2025. São eles: tributação de fundos exclusivos, os "offshores"; mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados; retomada da tributação de combustíveis; Tributação das bets; Imposto sobre encomendas internacionais (taxa das blusinhas); reoneração gradual da folha de pagamentos e fim de benefícios para o setor de eventos (Perse).

Perda da agroindústria com as tarifas americanas

A agroindústria e os produtores rurais brasileiros devem perder US$ 5,8 bilhões em vendas para os EUA com a sobretaxa de 50% que Donald Trump impôs às mercadorias nacionais, segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A tarifa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. O caso mais grave é o da indústria de sucos, que pode deixar de exportar totalmente aos EUA. Se isso acontecer, o setor deve perder US$ 795 milhões em faturamento. As perdas estimadas para a indústria de carne bovina são de US$ 671 milhões, enquanto para a do café, US$ 481 milhões. Já os setores de açúcar de cana e o de etanol devem perder US$ 620 milhões e US$ 152 milhões, respectivamente.

Cade prioriza o mercado de combustíveis

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu priorizar o mercado de combustíveis líquidos nos próximos dois anos. A medida publicada tem como objetivo investigar indícios de práticas anticompetitivas e promover a livre concorrência no setor. A decisão do Cade atende a pedidos da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério de Minas e Energia (MME), que apontaram problemas na formação de preços e possíveis condutas anticompetitivas no setor de combustíveis.

Histórico e indícios

No início de julho, um relatório da AGU identificou distorções na precificação do gás liquefeito de petróleo (GLP), diesel e gasolina, principalmente na Região Norte. "Os elos de distribuição e de revenda de gasolina, óleo diesel e GLP, considerado todo o território nacional, não reajustam seus preços de forma proporcional aos reajustes realizados pelas refinarias, em detrimento dos consumidores", cita documento da AGU.

Com base nas denúncias e indícios, o Cade determinou como principais frentes de atuação: fortalecimento de investigações sobre cartéis e práticas colusivas; atualização de estudos econométricos e de advocacia da concorrência; compartilhamento de dados com a Polícia Federal, AGU e MME; realização de uma audiência pública sobre o tema ainda em 2025. Desde 2013, o Cade julgou 26 casos de cartel em combustíveis. Em 18 deles, houve condenação e aplicação de R$ 755,7 milhões em multas.

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