Em entrevista, o empresário Ricardo Faria, conhecido como "rei do ovo" e um dos mais ricos do Brasil, citou que está difícil contratar porque as pessoas estão viciadas no Bolsa-Família e não querem trabalhar. Mas a realidade contradiz este empresário e vários setores da sociedade brasileira que usam este argumento de certa forma discriminatório.
Nessa semana, a Secretaria Nacional de Renda e Cidadania divulgou que neste mês de julho de 2025 quase 1 milhão de famílias deixaram de receber o Bolsa-Família graças ao aumento da renda de outras fontes.
E em 2024 mais de 1 milhão e 300 mil famílias que tinham direito ao Bolsa-Família superaram o meio-salário mínimo de renda per capta e deixaram o programa do governo federal.
E há 4,4 milhões de famílias que melhoraram de renda e estão na regra de proteção do Bolsa-Família entre 2023 e 2024. Ou seja, nestas condições, estão próximas de não precisarem mais do benefício. Informações estas da Fundação Getúlio Vargas e de órgãos governamentais que qualquer um pode acessar.
Num País que, embora tenha melhorado um pouco, mas ainda ostenta uma das maiores desigualdades de renda do mundo, materializa-se uma insensibilidade social discriminar os beneficiários de ajuda governamental.
Lógico que oportunistas e malandros tem em todos os setores da sociedade e não seria exceção no Bolsa-Família. Mas estes dados demonstram que a maioria quer trabalhar sim e o que falta é oportunidade.
Todavia não devem se tornar vítimas de trabalho escravo e nem se sujeitar a ganhar salários baixíssimos que é o que paga o rei do ovo, fora os processos trabalhistas que acumula.
PS - A religião cita que do pó viemos e ao pó voltaremos. Já a astronomia, a astrofísica e a cosmologia falam que somos restos de poeira de estrelas. Neste caso, ambas não são divergentes.