Muito boa a iniciativa de um dos vereadores (Márcio Teixeira) do Legislativo bauruense, divulgada recentemente pelo Jornal da Cidade, com o estudo e a proposição da implementação de novos ecopontos em diferentes regiões da cidade. Isto vai facilitar e muito o cotidiano do cidadão bauruense que quer ajudar a preservação do meio ambiente e economizar recursos para Bauru!
Primeiro porque demonstra que agora estamos observando uma real preocupação de vereadores quanto a ações práticas para melhorar questões ambientais da cidade e segundo porque trata-se de uma proposta de baixo custo para ampliarmos rapidamente o volume de resíduos a serem reciclados ao invés deles serem enterrados em aterros já comprometidos e ampliando o desperdício de recursos naturais.
Torna-se necessário considerar que os nove ecopontos atualmente existentes em Bauru foram sendo implementados gradativamente pela Prefeitura ao longo dos últimos anos sem muito planejamento e isto ocorreu com pouca preocupação de considerar aspectos logísticos o recente modelo de separação de resíduos sólidos que vem sendo executado por meio da Ascam, entidade que congrega as cinco cooperativas existentes em diferentes pontos da cidade e ainda agrega bom número de catadores independentes de materiais recicláveis.
Desde Setembro de 2024 a Ascam - Associação de Catadores de Materiais Recicláveis assumiu junto a Prefeitura Municipal e a Semma a operação dos ecopontos de Bauru e tem desenvolvido um excelente trabalho tanto de inclusão social de 80 famílias que fazem diariamente o trabalho da triagem e separação dos resíduos que recebem dos ecopontos.
Para isso muito tem colaborado as atitudes e a consciência crescente daqueles cidadãos bauruenses e condomínios residenciais que se importam em realizar a separação adequada dos materiais dentro de suas próprias residências e depois se mobilizam para a entrega direta nos nove ecopontos existentes. Isto tem significado menos custo da coleta diária realizada pela Emdurb e possibilita um maior volume de resíduos retornando ao ciclo produtivo e a geração de recursos financeiros para incluir socialmente muitas famílias de baixa renda.
Infelizmente ainda poucos são aqueles que se importam com esta destinação final dos resíduos após jogá-los ou simplesmente acomodá-los em um cesto de lixo ou em uma sacola plástica obtida gratuitamente em um dos supermercados ou nas lojas da cidade, mas é importante registrar que após este simples ato de descarte residencial surge toda uma cadeia produtiva que passa pela triagem nas cooperativas e termina com a volta de alguns materiais como plásticos, papel e papelão, metais e vidros que retornam para o circuito produtivo da Economia Circular e com o posterior seguimento de um menor volume de rejeitos pós triagem que vão ser enterrados nos aterros sanitários.
A Ascam também trabalhado na questão de reuso de muitos materiais descartados, procurando reformar materiais volumosos como sofás, cadeiras, armários e busca com isso transformar o que foi para o lixo de alguns em peças reutilizáveis de baixo custo e de boa qualidade para outros.
Outro ponto importante é questão logística de rodizio dos materiais dos ecopontos entre as cinco diferentes cooperativas pois a qualidade dos resíduos de cada ecoponto se diferencia pela localização de cada um deles e de acordo com as características socioeconômicas de cada região da cidade Sem Limites.
Uma obra de ecoponto é barata pois sempre ocupa terrenos públicos e exige poucos investimentos construtivos, pois são utilizados apenas contêineres e alambrados para delimitarem o espaço de destinação dos diferentes tipos de resíduos e o fornecimento da mão de obra é garantido pela própria Ascam que com isso acabará incluindo novas famílias necessitadas. Solução rápida e de baixo custo para a cidade que vivemos!
A rápida construção de novos ecopontos em pontos estratégicos da Sem Limites também será uma excelente medida para Bauru ampliar os seus patamares de resíduos recicláveis destinados ao processamento das cooperativas enquanto a encantada parceria público que está demorando para acontecer e por isto merece reconhecimento e aplausos a iniciativa do vereador Márcio Teixeira que provocou a discussão.
A Regional do Ciesp e o GDS - Grupo de Desenvolvimento Sustentável do Ciesp Regional Bauru também sempre estão atentos a estas questões que favorecem o meio ambiente como um todo e espera que estes novos ecopontos também sejam destinados próximos aos Distritos Industriais de nossa cidade.
O autor é professor do Centro Universitário Bauru da ITE é economista, administrador, mestre em Administração e doutor em Engenharia de Produção. Coordenador do GDS – Grupo de Desenvol- vimento Sustentável – CIESP – Regional Bauru e Delegado Municipal Adjunto do CORECON – Conselho Regional dos Economistas
