Jaú - Perda de apetite, dores persistentes, sobretudo no abdômen e costas, fraqueza, perda de peso repentina, indigestão, icterícia (amarelamento de pele e olhos) e alterações nas fezes são alguns dos principais sintomas do câncer de pâncreas, considerado perigoso por conta da alta taxa de letalidade. O tema ganhou visibilidade nacional após o apresentador Edu Guedes revelar, recentemente, diagnóstico de tumor pancreático. Segundo o Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho (HAC) de Jaú, por ano, são registrados na unidade uma média de 80 novos casos de câncer de pâncreas, na faixa etária média de 60 a 64 para homens e 55 a 59 anos para mulheres.
Edu Guedes estava sob cuidados médicos, inicialmente, por conta de uma crise renal quando, em exames, descobriu o câncer e foi submetido à cirurgia para a retirada de parte do pâncreas e baço. Assim como ele, muitas pessoas recebem com surpresa o diagnóstico, já que muitas vezes o tumor não apresenta sintomas logo de início.
"Os sintomas iniciais são inespecíficos e frequentemente confundidos com problemas musculares, digestivos ou renais", diz o cirurgião oncológico Eduardo Pracucho. "Quando os sinais clínicos se tornam mais evidentes, o tumor, muitas vezes, já está em estágio avançado, o que compromete significativamente as chances de cura".
A detecção precoce, de acordo com o profissional, envolve a combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, como ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética e ecoendoscopia. Já a confirmação diagnóstica depende do exame histopatológico da lesão, obtido por biópsia ou após cirurgia.
A cirurgia é considerada a única opção curativa, mas possível em uma minoria dos casos, já que, muitas vezes, a doença já está em fases mais avançadas. "A cirurgia é viável apenas em cerca de 20% dos casos, quando o tumor está localizado e sem invasão de vasos ou metástases", pontua o médico.
Nas demais situações, segundo ele, quimioterapia e radioterapia são opções com a finalidade de controlar os sintomas e prolongar a sobrevida. A escolha terapêutica varia de acordo com o estado geral de saúde do paciente e estadiamento do câncer.
O HAC ressalta que dispõe de equipe multiprofissional especializada e tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento do câncer de pâncreas, com programas de acolhimento humanizado e suporte social, nutricional e psicológico aos pacientes.
A prevenção do câncer pancreático, conforme o hospital, está associada a um estilo de vida saudável, com bons hábitos alimentares e atividades físicas regulares. Evitar o tabagismo e manter peso corporal adequado é essencial, já que sobrepeso e obesidade são fatores de risco para diabetes, elevando o risco do tumor.