
Pederneiras - Nesta sexta-feira (4), uma mulher e dois homens foram presos preventivamente suspeitos de envolvimento no espancamento e morte de Adilson Marques, de 49 anos. O corpo dele foi encontrado no dia 21 de maio, em área de mata em Pederneiras (26 quilômetros de Bauru), com sinais de violência, conforme divulgado pelo JC. De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu após um boato de que um homem estaria "mexendo" com crianças em uma praça da cidade, situação que não foi confirmada pela investigação.
A operação visando à prisão dos três suspeitos e ao cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados a eles contou com a participação de policiais civis de Pederneiras e das Seccionais de Bauru e Jaú, além de policiais militares. A mulher foi detida em Pederneiras e, os dois homens, em Bariri.
Adilson, que era deficiente auditivo, sumiu na noite do dia 18 de maio, quando saiu de casa, no Conjunto Habitacional Maria Elena Pereira Bertolini, para comprar lanche. Ele foi visto pela última vez em um bar nas proximidades e um boletim de ocorrência (BO) de desaparecimento foi registrado na segunda-feira (19).
No dia 21, o corpo de Adilson foi encontrado numa área de mata no assentamento Horto Aimorés, próximo a uma plantação de eucaliptos. De acordo com a polícia, ele tinha ferimentos na cabeça, mas não foi possível precisar, em um primeiro momento, se eles seriam decorrentes de agressão ou disparo de arma de fogo.
Segundo o delegado Marcelo Malinverne, responsável pelas investigações, a elucidação do crime teve como ponto de partida denúncias anônimas que apontavam para a participação de grupo liderado por uma mulher, que teria espancado a vítima após boatos de que ela teria “mexido com crianças”, inclusive a filha dela.
"Esta teria instigado outros indivíduos presentes na praça a 'cobrar' tal indivíduo pelo comportamento supostamente inadequado. O espancamento brutal foi confirmado por manchas de sangue na praça, e o corpo foi transportado no veículo VW/Gol de um dos autores até a área de mata", explica o delegado.
"Imagens de câmeras de segurança e demais provas permitiram a reconstituição da cronologia dos fatos, identificando a movimentação do veículo da cena do crime até o local de ocultação, e posterior retorno ao bairro. Identificou-se, ainda, intensa articulação do grupo para obstrução da investigação, notadamente a venda do veículo com identidade falsa e tentativa de instrução de testemunhas", completa, ressaltando que a "investigação apontou autoria conjunta dos investigados, demonstrando crueldade na execução".
Provas
De acordo com Malinverne, o carro foi localizado no dia 13 de junho, em Bariri, e submetido à perícia com luminol, que revelou a presença de sangue sob o banco traseiro, entre a espuma e tecido de revestimento. "Foi requisitada a extração de DNA para confronto com amostras da vítima, cujo laudo pende ainda de elaboração", diz.
Ele conta que as testemunhas ouvidas confirmaram boatos sobre o suposto motivo do crime. "Contudo, nenhuma identificou o suposto homem que estaria mexendo com as crianças da praça, tampouco apontaram a vítima como sendo esse homem. Todas, entretanto, demonstraram que tal evento não passou de um boato", afirma.