A Justiça de Araçatuba condenou mais sete pessoas investigadas pela Operação Ligações Perigosas, que revelou a atuação de um braço da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na cidade, com tentáculos no tráfico de drogas e indícios de infiltração na política local. A ação penal tramitou na 2ª Vara Criminal de Araçatuba e as investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Os condenados são:
- Rafael Vinicius Vargas Sturaro e Felipe Silva, sentenciados a 18 anos, 3 meses e 3 dias de reclusão;
- Leandro de Aguilar Carvalho, condenado a 15 anos, 7 meses e 25 dias;
- Cleber Fernandes da Silva, a 14 anos, 1 mês e 5 dias;
- Paulo Giovane de Aguilar Carvalho, Gilmar Alves de Carvalho e José Augusto Pereira da Rocha, todos sentenciados a 4 anos, 9 meses e 5 dias de prisão.
"Esquina Maluca"
De acordo com o Ministério Público, o grupo operava a partir do bairro São José, em uma área conhecida como “Esquina Maluca”, com atuação estruturada e divisão de tarefas típicas de organizações criminosas. A investigação comprovou o envolvimento do grupo com crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e porte ilegal de armas.
Apesar das condenações, o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça, já anunciou que irá recorrer da decisão, considerada parcialmente procedente, buscando o reconhecimento integral de todos os crimes apontados na denúncia. Todos os condenados permanecem presos preventivamente.
Outras condenações
Em abril deste ano, outros quatro réus ligados à mesma operação já haviam sido condenados pela Justiça:
- Kennedy Wallace Marcos Pereira e Yago Silva Faria, a 10 anos, 1 mês e 6 dias de prisão cada;
- Felipe Rossi Vieira, a 9 anos e 2 meses;
- João Victor da Silva Lima, a 9 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão.
A operação
Deflagrada em 6 de setembro de 2024, a Operação Ligações Perigosas foi um dos maiores desdobramentos contra o crime organizado na região, mobilizando 424 policiais civis, militares, penais e equipes do Gaeco de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Foram cumpridos 35 mandados de prisão temporária e 104 de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Araçatuba, Birigui, Penápolis, São José do Rio Preto, Assis, Anhumas, Paraguaçu Paulista, São Paulo e Dourados (MS). Mandados também foram cumpridos em presídios, com apoio da Secretaria de Administração Penitenciária e do Grupo de Intervenção Rápida (GIR).
Entre os presos na operação esteve o então vereador Antônio Edwaldo Dunga Costa (União Brasil), flagrado com posse ilegal de arma de fogo. Ele foi solto poucos dias depois.
Durante as ações, uma pessoa morreu ao reagir a uma abordagem do 12º BAEP (Batalhão de Ações Especiais da Polícia).