A Câmara Municipal de Campinas realiza nesta terça-feira (1º) uma sessão extraordinária decisiva para o futuro do vereador Vini Oliveira (Cidadania). Os parlamentares vão votar se acompanham o parecer da Comissão Processante (CP), que recomendou o arquivamento da denúncia por quebra de decoro, ou se optam por cassá-lo. Apesar do relatório indicar o encerramento do caso, a palavra final é do plenário, que é soberano.
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O processo foi motivado por uma denúncia apresentada pela médica Daiane Copercini, que acusou o vereador de invadir o Hospital Mário Gatti no dia 1º de janeiro, durante o plantão, e de filmar profissionais de saúde e pacientes sem consentimento.
A Comissão Processante, formada pelos vereadores Nelson Hossri (PSD), Nick Schneider (PL) e Mariana Conti (PSOL), concluiu os trabalhos com placar de 2 a 1 pelo arquivamento. O relator Nelson Hossri considerou que não houve quebra de decoro, mesmo classificando a ação do parlamentar como “mais agressiva”.
“O papel do vereador é exercer o controle social, fiscalizando a qualidade e eficiência dos serviços públicos. Esse exercício, mesmo que por vezes incisivo, é uma atribuição legítima do mandato”, escreveu Hossri em seu voto.
Nick Schneider acompanhou o relator e destacou a legitimidade do mandato. “Não é uma defesa do vereador Vini, é a defesa da instituição e de um mandato popular. Fico feliz com esse relatório, porque sinto que foi feita justiça”, afirmou.
Já a vereadora Mariana Conti divergiu, votando pela cassação. “A conduta do vereador configura inequívoca quebra de decoro. Houve abuso de autoridade, intimidação de funcionários e distorção intencional da verdade ao divulgar os vídeos”, declarou.
Vini Oliveira sustentou que agiu motivado por denúncias da população sobre demora no atendimento e que cumpriu o papel fiscalizador do cargo. O parlamentar foi o segundo mais votado da cidade nas eleições de 2024, com forte atuação nas redes sociais.
A sessão extraordinária acontece na manhã desta terça-feira, com presença obrigatória dos vereadores. Para que a cassação ocorra, será necessário o voto favorável de dois terços dos parlamentares (22 dos 33 vereadores). Caso o parecer da CP seja aprovado, o processo será arquivado definitivamente.