Sabesp tem 45 dias para resolver esgoto lançado no rio Tietê
Depois de despejar esgoto sem tratamento no rio Tietê, na altura da ponte Atílio Fontana, na zona norte da capital paulista, sentido rodovia Castelo Branco, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) apresentou um plano de recuperação que deverá ficar pronto em até 45 dias.
A proposta, que prevê redirecionamento do esgoto da tubulação subterrânea para outras estruturas, foi apresentada durante reunião na sede da Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística).
Na última sexta-feira (27), a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), que participou da reunião desta segunda, havia dado prazo de 72 horas para a Sabesp mostrar como iria resolver o problema do esgoto lançado no rio.
"O esvaziamento e isolamento completo do interceptor, segundo a companhia, são fundamentais para que seja possível trabalhar na recuperação definitiva da infraestrutura", diz a secretaria, em nota.
O problema começou em abril, quando uma cratera se abriu duas no asfalto da marginal por causa do rompimento de uma tubulação, que interrompeu o fluxo do esgoto.
Questionada sobre como será o plano de recuperação, a Sabesp não respondeu até a publicação deste texto.
Participaram da reunião Carlos Piani, presidente da Sabesp e outros representantes da companhia.?
Em nota divulgada no fim de semana, a Sabesp afirmou que, para realizar o diagnóstico e reparo da rede subterrânea na marginal Tietê, profissionais precisam entrar na tubulação. Para isso ocorrer com segurança, é necessário direcionar o fluxo de esgoto para outras estruturas, a fim de esvaziar a tubulação naquele trecho.
Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), cobrou celeridade nas ações para que não haja impacto sobre o IntegraTietê, programa de despoluição do rio e seus afluentes.
"Temos alcançado avanços importantes nesse trabalho de despoluição, com ações em diversas frentes, inclusive no saneamento, e não podemos permitir que essa emergência prejudique os resultados que já atingimos", afirmou, em nota.
Segundo ela, a Cetesb fará uma análise específica para medir o impacto do evento sobre a mancha de poluição do Tietê.
Conforme o governo estadual, o plano de ações da Sabesp será monitorado continuamente pela Cetesb, Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) e a URAE-1 (Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário) Sudeste, responsável pela supervisão e acompanhamento do contrato de concessão da empresa.
O monitoramento será feito por meio de vistorias nas obras e reuniões periódicas.
Na nota, a gestão Tarcísio afirmou que o diretor-presidente da Arsesp, Thiago Nunes, "está apurando o ocorrido e os compromissos firmados pela Sabesp, e tomará as medidas necessárias caso seja constatada alguma irregularidade".