OPINIÃO

Uma saga de amor

Por Professor Gilberto Sidney Vieira |
| Tempo de leitura: 1 min

Em 21/2/1945, a FEB (Força Expedicionária Brasileira) conquistou Monte Castelo (Itália) após ferrenho combate contra os nazistas. João Pedro Paz, 22 anos, um pracinha, recebeu como prêmio uma folga em Prescia, onde haveria um baile. O olhar dele se cruzou com o olhar de Iole Tredice, bela italiana de 17 anos.

Com sorriso cativante, ele a convidou para dançar. Foi a gênese dum namoro ardente que só seria interrompido em julho de 1945, com o retorno dos soldados brasileiros ao Brasil. João jurou para Iole que viria buscá-la já como um civil para casarem-se.

Na chegada da FEB ao Rio de Janeiro, o exército deu uma recepção aos pracinhas no Cassino da Urca. Lá estava Vicente Celestino, famoso compositor e cantor.

Ao ouvir de João a história de amor e a cruel separação do casal, Celestino ficou muito comovido. Sob forte inspiração ele escreveu a letra da música "Mia Gioconda", que foi cantada e gravada por ele.

Em italiano, "Gioconda" significa "mulher de sorriso cativante".

Três meses após João recebeu no Brasil uma carta de Iole. Ela estava grávida. Ele casou-se com ela por procuração na Itália. Houve mobilização de jornais brasileiros para arrecadação pública de dinheiro para custear a vinda de Iole e sua criança.

Após 6 meses ela veio para o Brasil. O casal teve uma vida amorosa e feliz que só foi interrompida com a morte de João, aos 97 anos.

A despeito de todos óbices, um pracinha apaixonado e determinado nos legou uma bela saga de amor que merece agora relembrada.

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