As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 40,6 bilhões em maio. O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública. Os números mostram que o crescimento da arrecadação, recorde para o mês, contribuiu para a melhora das contas públicas, uma vez que a receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu 2,8% em termos reais em maio, atingindo R$ 178,8 bilhões. As despesas totais somaram R$ 219,4 bilhões em maio, com uma queda real de 7,6%. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um superávit de R$ 32,2 bilhões, segundo dados oficiais.
Detalhes do resultado
No período houve redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões. Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos. O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025". Nos cinco primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,3% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 968,6 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 936,4 bilhões de janeiro a maio deste ano, com uma queda real de 3,3% no período.
Meta Fiscal
Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024. Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões. Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Prévia da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, aponta que os preços subiram 0,26% em junho. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados até maio. No acumulado do ano, os preços subiram, em média, 3,06%. Em maio, o índice havia avançado 0,36%.
Principais impactos na inflação
Segundo o IBGE, os principais impactos na prévia da inflação de junho vieram dos grupos Habitação, com alta de 1,08% e contribuição de 0,16 ponto percentual, e Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,29% e teve impacto de 0,04 p.p. Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou sua primeira queda (-0,02%) após nove meses seguidos de alta. O resultado do grupo Habitação se deve ao acionamento da bandeira vermelha patamar 1, que impôs uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, elevando os preços da energia elétrica. No grupo Saúde e cuidados pessoais, o principal fator foi o reajuste nos planos de saúde, que subiram 0,57%. No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio caiu 0,24% em junho, com destaque para as quedas nos preços do tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%). Neste mês, sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta: Habitação: 1,08%; Artigos de residência: 0,11%; Vestuário: 0,51%; Transportes: 0,06%; Saúde e cuidados pessoais: 0,29%; Despesas pessoais: 0,19%; Comunicação: 0,02%. Os dois grupos que tiveram queda foram: Alimentação e bebidas: -0,02%; Educação: -0,02%.
Derrubada do decreto do IOF
O Congresso Nacional derrubou o Decreto Lei que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A estimativa do Ministério da Fazenda é que apenas a revogação do aumento do IOF gere uma perda de arrecadação de R$ 10 bilhões em 2025. Segundo o governo, sem os decretos do IOF, será necessário ampliar o bloqueio de despesas do Orçamento deste ano para tentar alcançar a meta de déficit zero, prevista na nova regra fiscal.
PIB argentino
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três últimos meses de 2024. Esse resultado ocorre em meio à recuperação da recessão do ano anterior. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB subiu 5,8%, o maior avanço desde 2022, quando a economia ainda se recuperava das perdas causadas pela pandemia de Covid-19. Ainda assim, o índice ficou um pouco abaixo da mediana das estimativas de analistas ouvidos pela agência Reuters, que previam um crescimento de 6,1%.
Mude já, mude para melhor!
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