BAURU

Estado prepara segunda etapa do HC

Por André Fleury Moraes | da Redação
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André Fleury Moraes
A secretária-executiva Priscilla Perdicaris durante entrevista coletiva nesta terça-feira (24), antes de oficina com gestores
A secretária-executiva Priscilla Perdicaris durante entrevista coletiva nesta terça-feira (24), antes de oficina com gestores

O governo do Estado de São Paulo deve iniciar nos próximos meses a segunda fase de ampliação rumo à ativação plena do Hospital das Clínicas (HC) de Bauru. A informação foi confirmada pela secretária executiva da Saúde, Priscilla Perdicaris, durante entrevista coletiva antes de encontro com prefeitos e gestores da região nesta terça-feira (24).

A nova etapa, que inclui a implementação definitiva dos serviços de hemodiálise e adequações estruturais, vem na esteira de recentes intervenções já feitas na unidade hospitalar. São três fases de investimento do Palácio dos Bandeirantes: duas com R$ 30 milhões e outra com R$ 20 milhões. Atualmente, o complexo do HC (unidades clínicas e Centrinho) já conta com pouco mais de 130 leitos.

A projeção para o segundo semestre do ano que vem é de 164 leitos. Depois vem o desafio final: o funcionamento dos 272 leitos previstos à unidade.

Como mostrou o JC no início do ano, as obras no HC têm avançado. O segundo andar do hospital, por exemplo, ganhou uma ala ambulatorial que abriga 19 especialidades médicas que vão desde cirurgias torácicas a áreas como nefrologia ou cardiologia. Ainda passará por reforma para ampliar salas de atendimento clínico.

Segundo a secretária Priscilla, o objetivo, além de ampliar os leitos hospitalares, é também expandir especialidades - a exemplo da diálise. Há ainda previsão de melhorias no Hospital Manoel de Abreu, voltadas ao atendimento de pacientes que demandam cuidados prolongados.

O Estado ainda discute junto à prefeitura a chamada "alta social" - quando o paciente já teve alta médica, mas permanece internado por falta de retaguarda municipal. Neste momento, 27 pacientes com alta médica seguem ocupando leitos do Manoel de Abreu por falta de acolhimento. "Estamos em diálogo contínuo para avançar na 'desinstitucionalização' desses pacientes", disse.

Priscilla atribuiu ao programa Tabela SUS Paulista, que majorou o preço pago por serviços médicos na comparação com a tabela federal, como responsável pelo aumento no número de cirurgias eletivas. Em 2023, mencionou, foram realizadas 1,2 milhão de cirurgias no estado, contra média histórica de cerca de 730 mil. O novo modelo de remuneração busca tornar o serviço mais atrativo para os prestadores e ampliar a oferta.

Ainda há gargalos, contudo, em relação aos exames. Como mostrou o JC em março, a fila de espera para a endoscopia, por exemplo, chega a 523 anos. Segundo a titular da saúde estadual, a pasta criou um grupo de trabalho para verificar as maiores demandas. "A ideia é que a população seja atendida o mais rápido possível", afirmou, sem mencionar prazos.

A secretária também admitiu a falta de medicamentos a diabéticos em unidades estaduais, mas disse que o problema se deve a interrupções no fornecimento por parte do Ministério da Saúde.

"É uma medicação de alto custo que vem do Ministério da Saúde, dentro da estratégia da assistência farmacêutica da pasta. E nós distribuímos no Estado. Mas temos tido quebra de fornecimento, porque o principal fornecedor de insulina do País deixou de fornecer", observou.

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