POLÍTICA

Entrelinhas

Redação
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Causos 1

A sessão da Câmara desta segunda-feira (23) e o próprio clima entre vereadores da base guarda semelhanças com uma passagem envolvendo o ex-governador Mário Covas (PSDB), que, entre muitas características, era reconhecidamente uma pessoa “ranzinza”.

Causos 2

Certa vez, relatou o jornalista e escritor brasileiro Elio Gaspari, um secretário de Comunicação chegou ao gabinete do então governador e disse ter uma excelente notícia a ele. Covas pediu para que saísse. “Hoje, não, Oswaldo [Martins, ex-secretário de Covas]. Hoje, eu quero ficar puto o dia inteiro”, disse o tucano.

Contexto

Guardadas as proporções, foi este o tom adotado pela maioria dos vereadores nesta segunda-feira. Não faltaram queixas sobre serviços municipais e o próprio tratamento reservado a vereadores da base governista.

Comparação

Marcelo Afonso (PSD), por exemplo, afirmou que não vem sendo sequer sendo atendido pela Secretaria de Agricultura – diferentemente do que ocorria, relatou, no governo passado (leia-se primeiro mandato da prefeita Suéllen Rosim).

Tensão 1

Fato é que os ânimos entre a base governista têm se acirrado. Isso começou já na época em que parlamentares foram submetidos a escrutínio público pelas votações atropeladas do empréstimo do DAE e posteriormente do organograma da administração.

Tensão 2

Agora, contudo, vem a revogação da licitação do plano de saúde (leia mais na pág. 4), que pode deixar servidores temporariamente sem o benefício. Vereadores receberam centenas de mensagens do funcionalismo cobrando providências – e, a bem da verdade, podem fazer nada. Trata-se, afinal, de decisão puramente administrativa.

Circunstâncias 1

O caso, de toda sorte, deixou o governo numa sinuca de bico. Se decidir prorrogar emergencialmente o contrato atual, já é praticamente certa uma dura repreensão do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) – que rechaça “emergências” criadas artificialmente para justificar descumprimento de leis.

Circunstâncias 2

Isto é: o governo tinha desde julho do ano passado, quando da última prorrogação já em caráter excepcional, para se preparar ao término do contrato do plano de saúde, que vence em 1 de julho. Mas só abriu o certame em maio, a dois meses do fim da negociação, em licitação agora anulada. É ver para crer.

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