Em um mundo onde a dor frequentemente se transforma em arma, há pessoas raras — verdadeiramente raras — que escolhem não revidar.
Gente que, mesmo ferida, machucada no mais profundo da alma, se recusa a se tornar igual àqueles que a feriram.
Esse é um poder que não se mede pela força física, pela resposta imediata ou pelo orgulho vingado. É um poder silencioso, firme, que brota da coragem de não se deixar corromper.
De não devolver na mesma moeda, mesmo quando essa moeda veio afiada, cravada na carne, marcada com o veneno da injustiça.
Essas pessoas não são fracas. Pelo contrário: são gigantes. Porque escolher o bem quando se tem todos os motivos para fazer o mal é a mais elevada forma de liberdade. É prova de que a dor pode até tocar, mas não define.
Que é possível sangrar sem perder a essência. Que a luz continua existindo, mesmo nas sombras mais densas.
Quem tem esse poder não carrega o peso do ódio, mas a leveza da paz. E isso, no fim das contas, é o que mais cura — a si mesmo e, talvez, até quem feriu.