
Um menino de 2 anos morreu após ingerir um produto de limpeza, conhecido como limpa-prata, na última segunda-feira (16), em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A criança teria confundido o insumo com refrigerante. A família alega negligência na forma que o menino teria sido atendido no hospital.
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O caso repercutiu após Nayara Walker, empresária de 29 anos e prima da vítima, divulgar um vídeo nas redes sociais alertando pais e responsáveis sobre os riscos ligados à ingestão de artigos de limpeza.
À reportagem do jornal O Tempo, que divulgou a história, ela contou que a família do menino estava ajudando na mudança de um tio quando tudo aconteceu. O produto estava em uma garrafinha pet e, sem que a família percebesse, o menino o ingeriu achando que era refrigerante.
"O limpa-pratas estava em uma garrafinha em cima da geladeira. Depois, ela foi colocada na cama para levar a geladeira e, em um segundo, no meio da mudança, ele pegou e tomou. Os tios foram levar a geladeira, a mãe estava na padaria, a avó cozinhando e o padrasto montando o berço. Quando perceberam, ele já tinha tomado todo o limpa-pratas, achando que era refrigerante", relatou.
Imediatamente, a família acionou o Samu, e o menino foi levado para a UPA de Ibirité. Em seguida, ele foi transferido para o Hospital João 23, em Belo Horizonte, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória assim que deu entrada na unidade. Ele chegou a ser reanimado, mas morreu logo depois, ao sofrer uma segunda parada.
A família questiona uma suposta negligência no primeiro atendimento. Segundo Nayara, os médicos não realizaram a lavagem gástrica, procedimento utilizado em casos de intoxicação para evitar a absorção de substâncias tóxicas.
"Não fizeram nenhuma lavagem e não deram nada a ele. Tanto os médicos quanto o Samu disseram que ele já estava fora de risco, pois a saturação e os batimentos estavam bons, mas afirmaram que iriam transferi-lo para o João 23. Ele tomou o líquido por volta de 16h30. Isso tudo foi agindo dentro dele. Quando foi à noite, chegando ao João 23, ele teve a primeira parada cardíaca, foi reanimado, mas repetiu e não voltou mais", lamentou a parente.
A reportagem de O Tempo procurou a prefeitura de Ibirité para questionar sobre o atendimento realizado no hospital municipal e não recebeu manifestação do Executivo.
Sobre os cuidados para evitar contaminações e também sobre as medidas a serem tomadas após o contato com produtos químicos, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais orientou que, em caso de emergências toxicológicas e/ou dúvidas sobre o que fazer, é recomendado entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Minas Gerais. O serviço funciona ininterruptamente, 24 horas por dia, e conta com equipe médica pronta para orientar sobre primeiros socorros.
* Com informações do jornal O Tempo