FUTEBOL

'Edil': o artilheiro-símbolo do amador de Bauru

Por Douglas Willian | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Douglas Willian
O atacante Edil faturou o título de artilheiro da Copa Golden Master por seis temporadas seguidas
O atacante Edil faturou o título de artilheiro da Copa Golden Master por seis temporadas seguidas

A posição de centroavante é considerada por muitos a mais importante no futebol. Afinal, a camisa nove pode decidir uma partida a qualquer instante e levantar a torcida. Essa missão de fazer gols vale tanto para os gramados badalados quanto na várzea, que é celeiro de bons jogadores. Um dos nomes de destaque local na posição é o de: Edilson dos Santos Azevedo, ou simplesmente 'Edil', que brilhou com diversas camisas.

Com 54 anos de idade e mais de três décadas dedicadas ao futebol, Edil é dono de uma trajetória marcada por gols, títulos e reconhecimento no cenário do amador de Bauru. De acordo com registros oficiais de súmulas e estatísticas das ligas responsáveis ??pelos campeonatos locais, ele está no topo da lista dos maiores artilheiros da história do futebol amador da cidade. “O pessoal até brinca comigo, às vezes: 'Edil, eu vi você jogar, e sem dúvidas, é o maior artilheiro do Amador de Bauru.' Isso, para mim, é gratificante demais, porque demonstra toda uma história construída.”

Ao longo da carreira, Edil ultrapassou a marca de 450 gols, distribuídos entre competições como a 1ª e 2ª divisões da Liga Bauruense e a Copa Golden Master. No currículo, soma 13 títulos oficiais e 12 prêmios de artilheiro — marca que reforça o seu protagonismo dentro das quatro linhas.

As conquistas individuais também chamam atenção. O atacante recebeu oito vezes o prêmio "Troféu Ligado", concedido aos destaques do futebol amador. Foi eleito cinco vezes o melhor jogador do campeonato e três vezes o melhor atacante — em todas essas edições também terminaram como artilheiro, com média superior a 25 gols por temporada. Entre 2009 e 2014, liderou a competição da Copa Golden Master por seis anos consecutivos.

“Minha inspiração sempre foi o Romário. Ele jogava como eu me via em campo. Lembrava das jogadas dele e tentava imitá-lo. Sempre treinei muito o arranque, porque já sabia o que fazer com a bola. O arranque era para estar à frente do marcador. Acompanhei toda a carreira dele. Ele é fora do normal.”

Início e a ascensão

Edil iniciou sua carreira aos 19 anos, em 1990, defendendo o Nacional da Vila Cardia. No ano seguinte, passou a integrar o Beija-Flor e, já na estreia pela 2ª divisão da Liga Bauruense, foi vice-campeão e artilheiro. No ano seguinte, conquistou o título e repetiu a artilharia. Em 1993, conquistou mais uma taça da segundona, agora pelo Ferroviário.

Em 1994, defendia a Beija-Flor na 1ª divisão. O time venceu o primeiro turno e garantiu a vaga no Campeonato Estadual, onde jogaram contra os juniores do São Paulo em partida histórica. Em 1995, uma passagem pelo Lêonico, mais um título para o currículo. No ano de 1996, em que Bauru completou 100 anos, o centroavante foi artilheiro e campeão do 'Torneio Centenário', atuando pelo Redentor.

A história com o Parquinho começou em 1999, após anos atuando como adversário. Edil foi convidado para integrar o time do Parque Vista Alegre, onde teve três passagens marcantes. Os destaques estão na sua segunda passagem com a conquista do título em 2002, e na última, entre 2004 e 2005. Uma frase vista no vestiário do clube se tornou um mantra pessoal: "O importante é ser campeão. Participar é para quem nunca venceu."

Sua despedida da Liga Bauruense aconteceu em 2007, defendendo o Nobuji Nagasawa. A partir de 2008, Edil liderou o projeto que levou o Parquinho à disputa da Copa Golden Master, competição voltada para atletas veteranos. A parceria durou até 2017 e rendeu seis títulos. Em todos eles, Edil também terminou como artilheiro. Em 2018, encerrou a carreira no futebol amador atuando pela equipe do Laranjeiras.

"Minha maior conquista no futebol foram as amizades que eu fiz ao longo do tempo. Joguei com muitos craques, mas preciso citar um amigo especial: o Lela (ponta-direita revelado pelo Noroeste e campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985). Ele estava à frente do tempo, inteligente. Antes de a bola chegar, já sabia o que fazer. Quantas vezes ele me disse: 'Calma, calma!' — isso me ensinou a ter frieza na finalização.”

Atualmente, Edil continua em atividade no campeonato máster da Associação Luso-Brasileira de Bauru.

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