ACORDOS

China vai investir R$ 27 bi no Brasil em veículos e energia

Por Nelson de Sá | da Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Ricardo Stuckert
Foram assinados ainda diversos acordos em saúde.
Foram assinados ainda diversos acordos em saúde.

Aproveitando a visita do presidente Lula (PT) a Pequim, empresas chinesas anunciaram investimentos de cerca de R$ 27 bilhões no Brasil.

Leia mais: Lula se reúne com empresários chineses em Pequim hoje

Um dos principais aportes é o da Envision, que afirmou nesta segunda-feira (12) que investirá US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) para produzir combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir de cana-de-açúcar no Brasil.

Segundo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, com o projeto o Brasil passará a ser um dos principais produtores de SAF no mundo. Parte da Lei do Combustível do Futuro, o SAF é prioritário na agenda de transição energética.

Outro empresário com quem Lula se reuniu nesta segunda foi o CEO da montadora chinesa GAC, Wei Haigang, que confirmou investimento de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,39 bilhões) para produzir carros elétricos e híbridos em Goiás e erguer um centro de pesquisa e desenvolvimento no Nordeste.

Wei afirmou que a montadora buscará "fortalecer a indústria automotiva brasileira, tornando-a mais competitiva no cenário global" e, ao mesmo tempo, "contribuir para fortalecer os laços entre Brasil e China".

Durante audiência com uma segunda montadora, a GWM, Lula chegou a entrar em carros da empresa, levados à entrada de seu hotel. A companhia informou que terá R$ 6 bilhões para ampliar as operações brasileiras, visando exportar para a América Latina.

Lula também recebeu Chen Qi, CEO do grupo Windey, pioneiro em turbinas eólicas de grande porte na China. Na mesma direção, a CGN divulgou investimento de R$ 3 bilhões energia renovável no Piauí -eólica, solar, armazenamento de energia e energia termossolar.

Foram assinados ainda diversos acordos em saúde, o principal deles a brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac, que anunciam o Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas, voltado para vacinas e outras técnicas.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, parte da delegação que acompanha Lula na China, será uma "plataforma binacional de produção de vacinas".

A gigante de delivery Meituan e a rede de fast food Mixue também anunciaram investimentos para se instalar no Brasil.

"A nossa relação será indestrutível", disse Lula em discurso em Pequim nesta segunda. "Porque a China precisa do Brasil e o Brasil precisa da China. E nós dois juntos poderemos fazer com que o sul global seja respeitado no mundo, como nunca foi."

O discurso foi uma série de argumentos em favor da relação comercial entre os dois países, começando por apresentar as qualidades do Brasil como foco para investimento, citando a reforma tributária e dados sociais. "O Brasil garante estabilidade fiscal, tributária, política e, mais importante, estabilidade social."

Sem explicitar os acordos que serão anunciados nesta terça, após o encontro com o líder chinês, Xi Jinping, falou das "incríveis oportunidades" em infraestrutura, como o corredor bioceânico, através de cinco rotas rodoviárias e ferroviárias.

Também sublinhou o intercâmbio de turistas e o envio de estudantes brasileiros às universidades chinesas, dando a China como modelo educação.

"A China está se comportando como um exemplo", acrescentou, em referência aos investimentos chineses na América Latina e na África, em contraste com a Europa e "outros países", que teriam reduzido a atenção para essas regiões. "Nós tratamos a relação com a China com muito carinho", afirmou, novamente para aplausos chineses -atrasados com a tradução simultânea.

Entre outros setores, disse que o Brasil precisa compartilhar conhecimento com a China na área de defesa. Mais cedo, havia se reunido com o CEO da Norinco, Cheng DeFang, indústria de defesa que fez uma proposta para participar minoritariamente da Avibrás, ex-estatal brasileira em dificuldades financeiras.

Comentários

3 Comentários

  • jaques campos 13/05/2025
    Ha muito deveriamos tomar este caminho, deixar de ser capacho dos USA que so exploram os paises, quando não impôem suas ideologias ou pior, fazem uma intervenção militar para derrubar governos, causando genocidio; se aliar com a China eh se posicionar no futuro com ganho para ambos com transferência de tecnologias, conquista de mercado.
  • Lucio Jacomini 13/05/2025
    Quanto será que o canalha está ganhando para vender o Brasil para a China? Eita paizinho de merda e de canalhas!
  • ADRIANO A S ANDRADE 12/05/2025
    Parabéns ao Presidente Lula que diferentemente de Bolsonaro não trouxe joias para se apossar como suas, bem como não está vendendo refinarias da Petrobrás, prejudicando o povo brasileiro em troca de propina, mas sim contratos de investimentos importantes para o desenvolvimento do país.