MATRIZ DE ENERGIA

CNPEM destaca que Brasil deve liderar mercado de hidrogênio verde

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/EDP
Estudo do Instituto de Campinas aponta potencial do país na produção de H2V.
Estudo do Instituto de Campinas aponta potencial do país na produção de H2V.

Um estudo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) detalha como o Brasil pode se tornar um dos principais produtores mundiais de hidrogênio verde, aproveitando vantagens ambientais únicas. A pesquisa foi publicada pela revista científica Applied Energy.

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O hidrogênio verde é obtido por eletrólise da água, quando a separação entre hidrogênio e oxigênio utiliza energia renovável, resultando em baixíssima emissão de carbono. A tecnologia é considerada estratégica para setores de difícil descarbonização, como transporte de longa distância, siderurgia e indústria química.

Segundo o levantamento, o Brasil tem condições privilegiadas graças à matriz elétrica composta por cerca de 90% de fontes renováveis e à capacidade de armazenamento de energia nas hidrelétricas. Essa combinação permite atender à exigência internacional do “matching horário”, que determina a produção do hidrogênio exatamente nas horas de geração renovável, garantindo o caráter verde do combustível.

“A realidade brasileira é muito diferente de países que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis. Aqui a energia renovável predomina, e os reservatórios funcionam como gigantescas baterias, o que nos permite pensar em regras diferenciadas de temporalidade”, afirmou Carlos Driemeier, pesquisador que liderou o estudo.

O trabalho também aponta que, embora fontes como solar e eólica tenham emissões durante a fabricação dos equipamentos, o impacto ambiental é muito inferior ao de fontes fósseis. “Mesmo considerando todo o ciclo de vida dos equipamentos, a emissão do hidrogênio verde por energia eólica é de cerca de 1 kg de CO? por 1 kg de hidrogênio, contra 11 kg no método tradicional de reforma do gás natural”, destacou o pesquisador Mateus Chagas.

Outro achado relevante é que as longas distâncias de transmissão de energia elétrica no Brasil não comprometem o baixo nível de emissões do hidrogênio produzido, o que favorece sua viabilidade mesmo em polos industriais afastados das fontes geradoras.

A próxima etapa da pesquisa será calcular os benefícios econômicos da produção nacional de hidrogênio, considerando esses diferenciais. A expectativa é que o Brasil possa oferecer hidrogênio de baixo carbono a preços competitivos, tanto no mercado interno quanto no comércio internacional.

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