Levantamento da Fundação Seade com base nos dados dos últimos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 e 2022 mostram que a população da região administrativa de Bauru ficou mais urbana.
Do total de 1.111.266 de habitantes em 2022, 1.057.074 viviam na região urbana (95,1%) e 54.192 (4,9%) no meio rural. Em comparação com 2010, houve crescimento de 58.008 moradores no total, com aumento de 63.087 entre a população urbana e queda de 5.079 na rural.
A proporção da população urbana era de 94,4% para 5,6% na rural em 2010. Assim, o grau de urbanização cresceu 0,7% em 12 anos. O índice, contudo, é inferior à média do Estado de São Paulo, de 96,8% em 2022, com crescimento do nível de urbanização de 0,9%.
Composta por 39 municípios, a região também alcança patamar inferior ao de alguns territórios que orbitam a Capital paulista, entre eles Santos (99,6%), região metropolitana de São Paulo (99,2%) e Ribeirão Preto (98%). Na lista das 16 regiões consideradas pelo estudo, Bauru fica justamente no meio do ranking, na oitava posição, próximo ao grau de urbanização de áreas do Interior como Barretos (95,5%) e ligeiramente à frente de outras como São José do Rio Preto (94,6%), Marília (94,1%) e Araçatuba (93%).
"No geral, as regiões mais urbanizadas passam pela chamada rota do desenvolvimento do Estado, como Ribeirão Preto, região metropolitana, Litoral, Campinas, com as outras áreas se urbanizando com menor intensidade", comenta Paulo Borlina Maia, demógrafo da Fundação Seade.
Ele pondera que Bauru possui grau elevado de urbanização porque sua cidade polo também é altamente urbanizada, com índice de 97,6%, assim como outras como Lins (98,8%), Barra Bonita (98,7%), Jaú (98,2%), Lençóis Paulista (97,5%) e Agudos (95,7%), que atraem pessoas à área urbana devido à oferta de empregos em indústrias.
Estabilização
Com 379.146 habitantes em 2022, a cidade de Bauru contabilizou 369.919 pessoas vivendo em área urbana e 9.227 em meio rural. Em 12 anos, registrou decréscimo de 98,3% para 97,6% no grau de urbanização. Trata-se de uma variação pequena que, segundo Maia, ocorre em diversos municípios.
"O Brasil passou por intenso processo de urbanização a partir da década de 1950, com a industrialização, e o Estado de São Paulo foi o principal polo de atração de pessoas de todo o País. Na década de 1980, quase 90% do Estado já estava urbanizado e, a partir daí, houve uma estabilização, este processo ocorrendo em ritmo mais lento. E a região de Bauru, como é muito urbanizada, passa a registrar estas oscilações. Não significa que haja tendência de queda", esclarece.
Entre as 39 cidades da região, a que teve maior variação foi Balbinos, mas por um motivo técnico que não reflete a realidade do município. O demógrafo lembra que, com a desativação da Casa de Detenção do Carandiru, na Capital, em 2002, vários presídios foram criados no Interior do Estado, inclusive em Balbinos.
"Em 2000, a cidade tinha uma população rural de 251 pessoas e, em 2010, passou para 2.409. Como este presídio foi construído em uma área afastada, certamente estava em uma área rural e a população carcerária acabou sendo considerada como se vivesse em meio rural. Provavelmente depois disso, a prefeitura registrou a área do presídio como urbana e o número de pessoas vivendo em meio rural, em 2010, caiu para 100 pessoas", detalha.
A partir da análise da distribuição da população em área urbana e rural, a Fundação Seade consegue conhecer como o processo de urbanização no Estado vem ocorrendo e fazer projeções que podem ser úteis para a elaboração de políticas públicas.