Acho eu que se olharmos bem o dia que passa da hora que acordamos, do nascer ao cair do sol, até o cair na cama, veremos ao menos uma lição para vida. E se nos esforçássemos um pouquinho mais, seriam vistas lições para vida toda.
Hoje então, aqui, o Ricardo de Dellastra "deu um direto no meu nariz". Veio ele na hora do almoço me falar de um homem caído no chão da praça. Ainda, continuou ele, me dizendo muito nervoso e preocupado. E que fôssemos nós dois lá juntos, pois queria que eu o visse. Porque esta pessoa, "em estado de rua" (nova denominação agora, entre outra aos antigos mendigos).
Mas os quais, só para lembrar, permanecem os mesmos ainda em "estado bruto". Mas retomando ao acontecido, fomos eu (meio a contragosto) e ele lá ver o que acontecera. Se o Samu, a quem ele já havia ligado, já teria chegado para socorrer o "sem teto". Chegando lá, vimos um senhor no canteiro sem grama da praça. Deitado na terra nua e crua, se contorcia e gemia, convulsionava, vomitava sangue.
Outras vezes, parecia desacordar sob os olhares frios da maioria dos transeuntes. Estes que passavam, e seguiam, cuidando cada qual das suas vidas. Assim como eu mesmo estaria e faria, não fosse a preocupação "exagerada" do Ricardo Delastra. Que chegando lá, enquanto eu pensava na situação do homem, como ele teria chegado a essa condição de penúria, feito um "trapo humano". No qual eu não tinha sequer coragem de fixar os olhos diretamente, lançando mão apenas de um olhar periférico, menos chocante, ao menos para o vômito vermelho. Assim, enquanto eu pensava, o Delastra agia, em busca de mais apoio. Até chegar em última instancia. Isso depois de ter ligado outras vezes para o Samu (estes que faziam perguntas técnicas sobre o estado de saúde da "vítima"). Então muito difíceis de responder, e não se punham a caminho. Então, revoltado, bradou à "instância última essa, também vizinha (assim como os Correios) e que foi a salvação da lavoura, bradou ele então: a Câmara dos vereadores de Bauru!
De onde vieram duas pessoas, primeiro o senhor, zelador. E depois, através deste, um segundo homem, que se via ser de "patente mais alta". Que ligou para o Samu e que milagrosamente resolveu vir em socorro do pobre homem indigente, que perecia ali no chão.
E assim ficamos com mais uma lição entre a teoria e a prática, onde caberia também, biblicamente, De que a fé sem obra é morta, literalmente nesse caso também.
Tiago 2: 17-19 "...mostra-me a sua fé sem obras, e eu mostrarei a minha fé, pelas obras".