
Botucatu - A Polícia Civil de Botucatu (100 quilômetros de Bauru), por meio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), ivestiga uma denúncia de estupro que teria ocorrido nas dependências do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp (HCFMB). Uma adolescente de 16 anos, que tem leucemia e faz tratamento na unidade, acusa um dentista de 46 anos de trancar a porta do consultório, passar as mãos em seu corpo e esfregar a barba no seu rosto e pescoço. O profissional foi afastado.
De acordo com o delegado seccional de Botucatu, Lourenço Talamonte Netto, o fato teria ocorrido no dia 27 de março, mas só chegou ao conhecimento da DDM no dia 31, quando o pai da paciente procurou a unidade para registrar um boletim de ocorrência (BO). O homem contou que a filha foi diagnosticada com leucemia e que estava internada há 15 dias no Departamento de Oncologia do HC para tratamento.
No dia 27, ao visitar a adolescente, segundo o delegado, o pai foi informado por um enfermeiro que ela teria relatado violência sexual por parte de um dentista. A paciente alega que o profissional a levou até uma sala, trancou a porta e passou a acariciar o seu corpo e a roçar a barba no pescoço e no rosto dela. Pelo fato de o local estar fechado, ela disse que encontrou dificuldades para se desvencilhar do agressor.
"A DDM instaurou inquérito para apurar o crime de estupro e vai analisar imagens do circuito de segurança e colher o depoimento da adolescente por meio de escuta especializada", explica Talamonte Netto. "É um caso de extrema gravidade. Ela foi internada para ser cuidada. Nós vamos investigar os fatos com todo o rigor da lei". O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia em razão de o caso estar sob apuração.
Afastado
Por meio de nota conjunta, o HCFMB e a Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) informaram que, assim que tomaram conhecimento da denúncia, afastaram imediatamente o profissional citado e adotaram todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis.
"O HCFMB e a Famesp repudiam, de forma veemente, qualquer forma de assédio, abuso ou violência em suas dependências. Tais condutas são incompatíveis com os valores da instituição e com o compromisso assumido na assistência à população", cita a nota.
"O caso está sendo investigado pelos órgãos competentes. A paciente está sendo acompanhada por uma equipe multiprofissional do HCFMB, que segue prestando toda a assistência necessária, mantendo-se à disposição da família e colaborando integralmente com as autoridades".