POLÍCIA CIVIL

“Cozinheiro” de crack é preso em Bauru por tráfico de drogas

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Polícia Civil
Homem 'cozinhava' usando um microondas
Homem 'cozinhava' usando um microondas

Um homem suspeito de “cozinhar” crack em Bauru foi preso nesta quarta-feira (26). As investigações da A  2.ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (2.ª Dise) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) revelaram, ainda, que o homem seria A.L.S, 49 anos, conhecido como o “Químico do PCC”, segundo a Polícia Civil.

Em nota encaminhada ao JC, a polícia explica que o suspeito estaria fornecendo entorpecentes no peso a outros traficantes em Bauru, além de vender as drogas em sua residência, localizada no Centro.

Durante as investigações, os agentes constataram que A.L.S fazia gestos de troca com pessoas que chegavam à sua casa. Ele recebia um item, entregava outro e retornava para dentro do imóvel. O homem, que possui passagens criminais por roubo e tentativa de homicídio, utilizava dois veículos para transportar drogas: um Fiat Uno branco e um Volkswagen Gol vermelho.

A polícia representou junto à Justiça por um mandado de busca domiciliar, o que foi concedido. Na manhã desta quarta, a Deic, em conjunto com Grupo de Operações Especiais (GOE), foi até o local. Os agentes encontraram A.L.S, que tentou fugir e investiu contra os agentes com violência. No entanto, ele foi contido.

Na cozinha da residência, foi localizada uma tampa, duas facas e dois potes de sorvete plásticos, todos com restos de crack. Também havia uma balança de precisão no local. Dentro do microondas havia grandes porções de drogas.

O esquema

Segundo a Polícia Civil, o “Químico do PCC” recebia, uma vez por semana, pessoas vindas da Bolívia com 1kg de pasta base de crack no estômago, envolto em supositórios. 

Durante a viagem até Bauru, os transportadores não poderiam ingerir nenhum alimento — sob risco de expelir as drogas durante a viagem. No entanto, assim que chegavam, comiam para provocar vômito. O que sobrava no estômago, era defecado depois.

Para cada quilo de pasta base, o investigado pagava R$ 2.500,00, além dos custos de viagem. O valor de dois quilos de crack ficava em torno dos R$ 9.000,00. Posteriormente, o “químico” vendia cada quilo por R$ 16.000,00.

Potes de sorvete

Ao JC, Marcelo Bertoli Gimenes, delegado titular da 2.ª Dise/Deic, explica que é necessário apenas um "simples manuseio na cozinha [da pasta base], que chamamos de cozinhar, para produzir aquele crack”, diz. “A gente identifica esse tipo de crack pelo formato. Eles colocavam em potes de sorvete de 2L. Quando encontrávamos esse tipo, sabíamos que era cozinhado aqui em Bauru”, complementa o delegado. 

No caso do químico, ele colocava a substância nos potes e, em seguida, no microondas.

Para os traficantes, cozinhar a droga ‘in loco’ tem como principal vantagem, facilitar o transporte. “O crack é mais volumoso e firme. A pasta base, por outro lado, pode ser trazida de várias formas, não necessariamente em tijolos. Além disso, durante o processo do cozimento, são adicionados alguns elementos que aumentam o volume. Esse tipo de crack é pouco valorizado e de má qualidade”, afirma Gimenes.

No entanto, o “químico” era conhecido por vender um produto sem misturas. Ele foi preso em flagrante pela prática de tráfico de drogas e resistência e levado para a Cadeia de Avaí.

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