Em março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, um dado de importância histórica e social que, lamentavelmente, não foi mencionado nesta coluna em sua data devida. A fim de reparar essa omissão, ainda no âmbito do mês dedicado às mulheres, oferecemos nossa contribuição reflexiva. Nos últimos anos, surgiu um debate inesperado e instigante em torno da questão: "O que define uma mulher?" Trata-se de uma interrogação que, ao longo de toda a trajetória humana até tempos recentes, jamais foi objeto de controvérsia ou dúvida. Contudo, com a crescente adesão ao lema "mulheres trans são mulheres", os alicerces de uma concepção tradicional passaram a ser questionados, abalando o que antes era tido como consensual. Esse debate ganhou visibilidade em episódios marcantes envolvendo figuras públicas. Uma candidata à Suprema Corte dos EUA esquivou-se de responder essa pergunta, afirmando: - "Não sou bióloga" - refletindo uma cautela deliberada, indicando que a questão exigiria perícia científica para ser elucidada. Tal posicionamento, porém, levanta uma indagação implícita: Seria a definição de "mulher" um domínio exclusivo de especialistas? Essa é uma tendência ampla: autoridades e indivíduos em posições de destaque têm evitado oferecer respostas objetivas com receio de ameaçar suas reputações e carreiras. Esse silêncio ou evasiva diante de uma questão trivial expõe uma transformação profunda na forma como a sociedade passou a lidar com a identidade de gênero. O que antes era uma certeza - fundamentada em evidências biológicas e convenções culturais amplamente aceitas - converteu-se em um terreno delicado, marcado por narrativas e intensas disputas ideológicas. Dessa forma, o debate vai além de uma simples questão de palavras, revelando uma tensão significativa entre a realidade objetiva e as ideologias subjetivas que definem o mundo contemporâneo. Nossa contribuição, neste mês dedicado às mulheres, não se limita a considerar os dados, mas propõe uma reflexão sobre como essas mudanças desafiam nossa compreensão do que significa ser mulher na atualidade.
Histórica e biologicamente, uma mulher, ou "fêmea", é reconhecida por ter cromossomos XX e órgãos femininos, como ovários e útero. Diante disso, como alguém com corpo masculino, cromossomos XY, pode se declarar "fêmea" apenas por vontade? Com todo o respeito, biologicamente, isso parece não fazer sentido. Para ilustrar, seria como uma pessoa de 70 anos afirmar que tem 45 só porque deseja e se sente assim. Remédios ou cirurgias podem alterar a aparência externa, mas não mudam a realidade biológica do corpo, assim como não fazem o tempo voltar atrás. Essa definição confusa também leva a uma outra ideia estranha: a de que uma mulher poderia ter nascido homem. Isso acaba tirando todo o significado da palavra "mulher", como se fosse possível chamar linhas perpendiculares de paralelas - uma contradição sem lógica. Até pouco tempo, a definição clara de "mulher" como uma humana adulta com cromossomos XX era aceita por todos, usando a biologia para distinguir homens de mulheres. É verdade que existem abordagens raras. Estatísticas mostram que cerca de 1 em cada 4.500 bebês nascem com genitália que não são claramente masculinos ou femininos (https://institutopensi.org.br/genitalia-ambigua/). Mas isso é algo incomum. Exames genéticos e outras análises quase sempre conseguem identificar o sexo, essas variações não acabam com a ideia de que existem apenas dois sexos - homem e mulher.
Portanto, uma definição mais sólida de "mulher" seria: um ser humano adulto cujo corpo é naturalmente estruturado para produzir óvulos e possibilitar a gravidez. Para os homens, o paralelo seria a produção de esperma. Essa máxima refuta a noção de um "espectro sexual". Afinal, existem apenas dois tipos de gametas - óvulos e espermatozoides -, o que indica que há somente dois sexos. Pessoas intersexuais ou inférteis não específicas de uma terceira categoria, são variações dentro desse sistema binário. Alguns questionam essa definição, argumentando que ela reduz a mulher a uma função reprodutiva. No entanto, esse não é o propósito. A definição biológica não busca capturar toda a essência de uma mulher - seus talentos, personalidade ou individualidade -, mas apenas aponta o que a distingue biologicamente de um homem. Até pouco tempo atrás, isso era óbvio e sem debate. Hoje, porém, a discussão revela uma sociedade que valoriza mais os sentimentos pessoais do que fatos objetivos. Estamos numa crise de identidade cultural. Contudo mesmo em meio a essa turbulência, a verdade segue evidente e soberana. Tanto a natureza quanto as Escrituras Sagradas mostram que Deus criou o homem e a mulher, o macho e a fêmea. A biologia reforça essa dualidade sexual. Não precisamos ceder às interpretações modernas baseadas apenas na subjetividade; podemos e devemos nos ancorar na realidade concreta. Viva as mulheres!"
IGREJA BATISTA DO ESTORIL
62 anos - Soli Deo Gloria