Aconteceu em São Paulo, em 12 de março, a Conferência Estadual do Meio Ambiente para a discussão das propostas originárias das 52 Conferências Municipais e outras 10 Conferências Intermunicipais que foram realizadas nas cidades paulistas.
Ao todo foram recebidas 727 propostas que foram aglutinadas pelos cinco eixos temáticos que seguem as recomendações do Ministério do Meio Ambiente: Ações de Mitigação / Adaptação e preparação de desastres climáticos / Transformação Ecológica / Justiça Climática e Governança e Educação Ambiental.
As 601 propostas originárias das Conferências Municipais e as 121 que surgiram nas das discussões das Conferências Intermunicipais foram distribuídas da seguinte forma: Mitigação com 160 propostas; Adaptação e Preparação para Desastres Climáticos com 141; Justiça Climática com 134 propostas; Transformação Ecológica com 138 e Governança e Educação Ambiental com 154 propostas.
Nossa cidade teve ótima participação com a presença de 14 delegados com representantes do Poder Público e da sociedade civil. Cidades vizinhas também participaram com seus delegados e com suas propostas.
Chamou a atenção o grande número de propostas sobre os Eixo de Mitigação e de Adaptação e Preparação para Desastres Climáticos, o que revelou que os cidadãos e municípios paulistas estão cada vez mais preocupados em se prevenir e se preparar para enfrentar com ações preventivas os eventos extremos que vem se repetindo no nosso estado e em nosso País.
Estes temas da Mitigação e Adaptação para o enfrentamento de Desastres Climáticos precisam ser melhor analisados no âmbito de nossa cidade, pois os eventos decorrentes de alterações climáticas estão provocando grandes prejuízos humanos e patrimoniais e os mesmos tem sido cada vez mais recorrentes também aqui na Sem Limites.
Basta olharmos para a quantidade de estragos e volume de prejuízos provocados pela forte chuva do último sábado com as quedas de energia, quedas de árvores, destruição de vias públicas, danos em residências e ficará fácil entender o quanto é necessário estabelecermos medidas preventivas e atentarmos as necessárias formas de mitigação.
Uma melhor estrutura para a Rinem - Rede Integrada de Emergência; maiores recursos para a Defesa Civil; valorização dos temas debatidos pelo Comdema - Conselho Municipal do Meio Ambiente; maiores esforços nas questões relacionadas a Educação Ambiental nas redes de ensino pública e privada e ações legislativas e ações preventivas do Executivo para as questões ambientais são atitudes concretas que poderão ajudar nossa cidade a melhor se preparar para enfrentar situações relacionados aos eventos climáticos de chuvas intensas e crises hídricas.
Importante lembrar neste contexto que estamos comemorando nesta semana o Dia Nacional da Água e aqui em Bauru estará ocorrendo um importante evento organizado pela comunidade acadêmica (SIPAS) com a presença de estudiosos e pesquisadores de diversas universidades para debater a questão das águas subterrâneas e com um olhar sobre as fontes de abastecimento de águas subterrâneas da Sem Limites. Isto demonstra que a comunidade acadêmica tem se demonstrada pronta e atenta para colaborar nas questões ambientais e de conservação dos recursos hídricos de Bauru e região.
O GDS - Grupo de Desenvolvimento Sustentável do Ciesp Regional Bauru que reúne empresas e organizações de nossa cidade e da região vem se reunindo e se mobilizando para apoiar as iniciativas na cidade e da região de abrangência da Regional Ciesp para também contribuir efetivamente com ações concretas e apoiar as propostas que vão de encontro a um melhor preparo para o enfrentamento destes eventos climáticos e para a estruturação de medidas preventivas que visem mitigar os prejuízos humanos e materiais da sociedade.
Ricardo Carrijo - O autor é professor do Centro Universitário Bauru – ITE é Economista, Administrador, Mestre em Administração e Doutor em Engenharia de Produção. Coordenador do GDS – Grupo de Desenvolvimento Sustentável – CIESP e membro fundador da RINEM – Rede Integrada de Emergência
