
A filial de Bauru do Grupo Cetric (Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais e Comerciais), situada no Distrito Industrial 1, voltou a ser alvo de queixas da vizinhança após derramamento de chorume em vias públicas. Na manhã da última quinta-feira (6), inclusive, o líquido fétido e poluente provocou a queda de três motociclistas no cruzamento da rua Joaquim Marques de Figueiredo com a avenida Newton Salmen. Todos ficaram feridos.
Ao JC/JCNET, a empresa afirma que "em relação ao derramamento ocorrido na cidade de Bauru, a limpeza foi realizada de forma rápida e eficaz pela nossa equipe de emergências" e que "a Cetric possui uma divisão de emergências que atua em todo território nacional".
Em seu site, a Cetric informa oferecer a seus clientes serviço completo de coleta, recepção, tratamento e transporte de resíduos. Apontando má destinação deste material recolhido, indústrias próximas fizeram denúncias contra a Cetric na Cetesb e na Secretaria de Meio Ambiente (Semma) de Bauru.
Sede da Cetric, no Distrito Industrial (Foto: Bruno Freitas)
Em seu posicionamento, a empresa acrescenta: "A Cetric é uma empresa que realiza a coleta, transporte, destinação final e tratamento de resíduos. Sendo um serviço essencial. Queremos reforçar que estamos sempre comprometidos em seguir todas as normas ambientais e operacionais. Sabemos que, por trabalharmos com resíduos, podem ocorrer momentos em que o odor fica mais perceptível, especialmente em determinadas condições climáticas. Porém, vale refletirmos juntos: a gestão correta desses resíduos evita um problema maior para toda a comunidade. Sem esse processo, todo esse material poderia estar espalhado pela cidade, nos lixões ou mesmo na porta das casas. Nosso trabalho permite que esses resíduos sejam reaproveitados e transformados em energia e produtos úteis, promovendo uma economia circular sustentável".
A empresa prossegue: "Se houver algo específico que possa ser melhorado dentro das nossas possibilidades, estamos abertos a dialogar. Nosso compromisso é sempre buscar soluções que beneficiem tanto a empresa quanto a comunidade ao redor". A reportagem procurou a Cetesb para saber sobre se há ou não autorização no funcionamento da Cetric em 2025, uma vez que as queixas contra a empresa ocorrem desde setembro de 2023.
Por meio da Agência Ambiental de Bauru, a Cetesb confirmou que a licença de operação da Cetric em Bauru está vencida desde agosto de 2024, quando foi emitido parecer desfavorável por parte da companhia justamente em função da operação inadequada da filial, que não atende às exigências técnicas estabelecidas no licenciamento.
Ainda de acordo com a Cetesb, em dezembro de 2024, a Cetric de Bauru recebeu uma multa no valor de 1.000 UFESPs (R$ 37.020,00) por funcionar sem licença de operação, consta da nota enviada à reportagem. A agência também afirmou que vai vistoriar o local novamente, dando continuidade às ações de controle.
Sobre isso, a empresa informa que "protocolamos a solicitação de renovação da licença de operação em janeiro de 2024, a qual a Cetesb negou a renovação e entramos com um recurso pedindo reconsideração, que até hoje não recebemos retorno.
Enquanto aguardamos o retorno da Cetesb sobre este recurso e por orientação da própria Cetesb entramos com o pedido de licença trifásica, a qual também estamos aguardando a manifestação da Cetesb. O processo de licenciamento é moroso também por parte do órgão ambiental.
SEMMA
Já a Semma informa que está em alerta quanto à denúncia e que vai suspender provisoriamente o cadastro da Cetric até que a situação da empresa seja totalmente avaliada. "Como a legislação não permite duplicidade de penalidade, caberá à Semma, caso a Cetesb constate poluição ambiental, decidir sobre a suspensão ou cassação do alvará", sustenta nota da prefeitura.