A festa dos brasileiros sobre o Oscar esconde a nossa profunda ligação com Brasil ainda adolescente, sem grande autoestima, feliz por ter sido aceito no grupo da burguesada e dos pseudos populares.
Esconde o racismo evidente na cobertura e impulsionamento das mídias convencionais, em detrimento ao filme muito superior que contou a história do Mariguella.
Silencia a atuação genial do multitalenso "Seu Jorge", Ainda Estou Aqui mostra que o Brasil tem dificuldade de avançar, continua com espírito colonial, se sujeitando ao escrutínio dos colonizadores, sem o qual não se sente validado.
Em uma premiação que cada ano perde sua relevância, o título a um filme comum para manter os colonizados presos à irrelevância da avaliação de um grupo que premia de maneira comercial, traz uma carga dramática, pessimista e desconfiada quanto ao nosso atual estágio de evolução social.
O mundo está em vias de termos um dos confrontos mais mortais de sua história, novos impérios se formando, Estados expansionista se arvorando e o Brasil comemorando como se fosse realmente importante o aval dos americanos.
É triste, mas surpreendente esperançoso, a reação viralatesca de boa parte dos brasileiros mostra que após anos de falta de identidade, mesma ausência de autoestima que nos manteve preso como Brasil-Colônia, parece que depois de mais de 200 anos, temos um caminho e sentimento de unidade, ainda que tenhamos pequenas recaídas.
A festa mostra que temos um sentimento nacionalista adormecido, as grandes potências falam baixo para não acordar o gigante brasileiro.
Então, vamos gritar, que o Brasil pertence aos brasileiros e nada que pensem sobre nós, resume a qualidade do cinema nacional.
Está chegando a hora: "quem samba, fica, quem não samba vai embora"