COLUNISTA

E o Carnaval?


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A Bíblia nos mostra que, ao nos aproximarmos de Deus como pessoas transformadas pelo Seu poder, nosso respeito e admiração por Ele aumenta progressivamente. Valorizamos intensamente Jesus Cristo, Sua mensagem de salvação, Seu sacrifício na cruz e a força de Sua ressurreição. Esse caminho desperta um anseio por uma vida santa, refletida em pensamentos, palavras e ações. Por outro lado, o Salmo 14 apresenta a realidade da desobediência a Deus, que nos afasta Dele, nos corrompe e leva a ações abomináveis. Um exemplo disso é o carnaval, assim como as festas caracterizadas por desordem e imoralidade.

ORIGENS DO CARNAVAL

As origens do Carnaval são amplamente debatidas. Alguns acreditam que ele evoluiu a partir do culto à deusa babilônica Ísis, enquanto outros o relacionam às Saturnais romanas, festividades dedicadas a Saturno. Originalmente celebradas em um único dia, essas festas foram ampliadas por Augusto para três dias e, posteriormente, para uma semana. Durante esses eventos, as diferenças sociais eram momentaneamente ignoradas, e os excessos eram comuns, culminando em um dia especial em honra a Ops, deusa da abundância. Outra teoria associa o Carnaval às bacanais gregas, rituais realizados em homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia, ou ainda a celebrações medievais

Independentemente de sua origem, o Carnaval carrega influências babilônicas e greco-romanas, mas sobretudo apresenta uma essência de ocultação da identidade e de libertação desenfreada. Historicamente, o uso de fantasias simboliza esse anonimato, concedendo uma espécie de "licença" para expressar desejos reprimidos e assumir diferentes papéis sem restrições morais ou sociais. Ao longo do tempo, diversas sociedades reservaram períodos para momentos de descontrole temporário, originando o Carnaval como conhecemos hoje - uma festividade marcada pelo abandono da identidade real em favor de comportamentos extravagantes e irreverentes. As tradições culturais sempre carregam um significado histórico. Celebrá-las sem compreender suas origens e implicações pode levar à repetição de práticas de forma irrefletida, resultando em uma alienação quanto ao verdadeiro contexto dessas festividades.

No Brasil, especificamente, o Carnaval incorporou fortes influências das religiões de matriz africana. Os próprios adeptos da festividade frequentemente argumentam que, assim como a Páscoa está ligada ao judaísmo, o Natal ao cristianismo e o Ramadã ao islamismo, o Carnaval está associado às tradições e cultos dos Terreiros. Embora essa afirmação não tenha caráter absoluto, sem qualquer intenção de preconceito, em favor da coerência, é inegável que a festividade carregue elementos espirituais que a distanciam dos princípios cristãos.

CRÍTICA AO CARNAVAL

No aspecto da festa da carne, trata-se de uma celebração marcada em sua essência por imoralidade, oposição aos valores familiares e pela exclusão dos princípios de Jesus. Desde tempos imemoriais, sociedades de diferentes culturas - das mais primitivas às mais sofisticadas - reservaram momentos específicos do ano para se entregarem a períodos de excessos e descontrole. O Carnaval foi posteriormente incorporado ao cristianismo romano dentro da lógica de Quaresma - um período de abnegação e penitência que antecede a Páscoa. Assim, os cinco dias que antecedem a Quaresma transformaram-se em uma espécie de "última oportunidade" para os prazeres da carne (Carnem Levare), levando as pessoas a se entregarem a festividades desregradas e a comportamentos extravagantes, muitas vezes sem temor de represálias - atitudes que, em situações normais, não ousariam nem mencionar.

PERSPECTIVA BÍBLICA

A Bíblia descreve esse comportamento como de um povo que não leva as instruções de Jesus a sério, despreza Sua Palavra e vive imprudentemente. O Salmo 14 afirma que tais pessoas ignoram a Deus. Romanos 13.11-14 exorta o despertar do sono, pois a salvação está próxima. Devemos abandonar as obras pecaminosas, viver honestamente, evitando orgias, bebedeiras, imoralidade, libertinagem, discórdias e invejas, e nos revestir do Espírito Santo, não satisfazendo desejos descontrolados que não exaltam a Cristo.

ADVERTÊNCIA

É papel de todo cristão alertar que o carnaval não tem aprovação bíblica. Gálatas 5:19-21 declara que os praticantes de obras carnais não herdarão o Reino de Deus. A verdadeira alegria está no amor de Deus, revelada em Cristo. 2 Coríntios 5.17 afirma que em Cristo somos novas criaturas, com o velho passado e o novo surgido. O mundo sem Deus oferece bebedeiras, glutonaria, palavrões, imoralidade, piadas indecentes, sensualidade, maldade, nudez, traições, conflitos, abandono de crianças, selvagerias, drogas, maus-tratos a mulheres, lares destruídos, adoração direta e indireta ao paganismo numa sociedade decadente. Em contraste, a igreja de Cristo oferece arrependimento, pecados confessados e perdoados, restauração, paz, famílias restauradas e alegria em Cristo. Não troque as bênçãos permanentes do Altíssimo por alguns dias de folia e insensatez.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

62 anos - Soli Deo Gloria

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