Apenas sou eu, se é que sou...
Sombras de passado, projeção de futuro inacabado, presente que não se consolidou;
Um algo a mais, um algo a menos...
Misto de emoção e sentimentos, em profusão de pensamentos, sou eu em meu próprio detrimento!
A lágrima sincera que secou, o sorriso franco e discreto que restou...
Embaixo de uma árvore, debaixo de escombros, sou aquilo que ficou;
Entre feras e feridos, gritos e gemidos...
Entre os muitos que se levantaram, resto daquilo que não foi escolhido;
Sou eu, se é que sou!
Sombra de existência majestosa de outrora que passou, chuva mansa de olhar perdido e soturno que sobrou...
Cantando por glórias do passado, amargando o fel de pretérito pretenso, projeto inacabado!
Sou olhar lançado ao infinito, sou a beleza que envelheceu e se perdeu num vale de aflitos...
Sou eu, se é que sou...se vida é algo que já se acabou, a despeito de eu mesmo, ainda resisto.