OPINIÃO

A moral e o caráter vivem conjugalmente

Por Agostinho Rodrigues Júnior |
| Tempo de leitura: 3 min

Veja só. Dia desses, tomei a iniciativa de ir a uma antiga praça na cidade de Bauru. Na década dos anos 70 havia nela boa quantidade de árvores, lago, e era a morada de pássaros e também de pequenos animais... Minha intenção inicial era somente reviver um momento nostálgico. Assim que chego, vejo enorme diferença. Quase tudo que havia antes, tristemente, hoje somente uma praça de concreto. Bem poucas árvores, sem lago e os animais agora inexistem. Estando ali parado, eis que algo interessante começa acontecer. De repente vejo a MORAL e a SENSATEZ se assentarem em um banco próximo ao meu. Tanto a Moral quanto a Sensatez usavam vestimentas simples e falavam em tom de voz bastante ameno, demonstrando não haver emoções exacerbadas ou coisas do gênero em suas narrativas. Ouço a Moral falar: - "Saiba você minha querida Sensatez. Que a pessoa que me tem, não precisa ficar em constante vigilância, nem exercer atenção redobrada para que eu sobressaía e apareça em sua vida. Os erros e deslizes em muitos momentos certamente haverão de existir e acontecer. Se me permita ilustrar: - "Imagina que a pessoa se depara com a necessidade de tomar uma decisão na qual ela deva reagir sobre um deslize moral que ela tenha cometido. É sabido que errar e acertar na caminhada da vida humana são pontuações rotineiras. Sobretudo, o que de fato deve prevalecer na vida de alguém é a decisão que ela tomará quando estiver diante das ocorrências dos tais erros e deslizes. Quando isso ocorre, é aí, nessa hora, que ele, o meu amado - CARÁTER, deve surgir. Surge para dar razão e sentido as decisões que essa pessoa irá tomar!" Te afirmo que, sem mim e sem o CARÁTER, as caminhadas humanas serão sempre difíceis e escuras. - A SENSATEZ, diz: Moral, estou surpresa com essa sua exposição, informação... Sempre imaginei que a sua grandeza fosse somente por causa do enorme valor que lhe é dado em detrimento a certas ações que as pessoas em todo o mundo lhe concedem. Não sabia que possuísses essa vida conjugal com o Caráter! - A MORAL, fala: - Preclara amiga Sensatez, a minha vida conjugal com o CARÁTER é tão forte que os entendimentos que possuem sobre nós, são os de sermos uma única virtude. Eu e o Caráter somos distintos nas formações da vida humana. Entrementes, como você pôde compreender, somos distintos, mas "apaixonados". Não é salutar Moral sem Caráter; Caráter sem Moral! Todavia, eu.

Sem querer ser abelhudo na conversa alheia. Ouvi tudo e compreendi a enorme grandeza e necessidade que essas duas virtudes são imprescindíveis aos humanos. Careço e confesso a necessidade de fazer um retiro pessoal, rever meus atos e atitudes. Decifrar sobre qual o grau de existência deles serem essenciais em minha vida. [Me coloco a pensar e a imaginar o grau da grandeza e relevância. Se os que dizem serem governantes dos povos, tivessem essas VIRTUDES em suas vidas, a imensurável diferença que eles haveriam de fazer através das suas atitudes e ações.

Lastimável e infelizmente, tanto a MORAL quanto o CARÁTER em milhares "deles" sequer imaginam tais existências. Entretanto, agora está claro saber de onde surgiu a frase tão pronunciada em locais políticos e religiosos. Esse aí é "Cidadão sem Moral e sem Caráter"] Depois disso. Me levanto do banco na placa Rui Barbosa, em Bauru e sigo em direção ao escritório do meu amigo, dr. Marcelo Madureira para refletirmos sobre essa verdade...

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