
O mais novo caso de furto e vandalismo em escola municipal, ocorrência registrada no final de semana (leia mais na pág. 5), revela situação insustentável na avaliação de vereadores. Vários parlamentares usaram a tribuna da Câmara nesta segunda-feira (17) para cobrar providências do governo - com acusações inclusive de omissão.
Quem abriu a discussão foi o vereador Júnior Rodrigues (PSD), que já havia abordado o assunto envolvendo segurança pública na semana passada. Nesta segunda, o parlamentar lembrou que foi um dos autores de uma lei que endurece regras a ferros velhos numa tentativa justamente de coibir a receptação de materiais metálicos.
A norma, elaborada também pelo vereador Eduardo Borgo (Novo) e pelo ex-vereador Coronel Meira (Novo), obriga comerciantes do setor de sucata a catalogar toda mercadoria que for comprada ou vendida. A medida veio para assegurar a rastreabilidade do que é comprado ou vendido nesses estabelecimentos.
Apesar da lei, furtos continuam a ocorrer em Bauru - e numa intensidade inédita no caso das unidades escolares.
Em discurso na tribuna, Júnior revelou ter encaminhado ofício ao governo pedindo a contratação da chamada Dejem, a Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar - instrumento que permitiria ao governo pagar policiais para realizar serviço de vigilância nos dias de folga.
A medida é urgente, ponderou Rodrigues, porque a criação da Guarda Municipal - ainda que bem-vinda, asseverou - deve demorar pelo menos um ano. O mesmo vale à licitação das câmeras de videomonitoramento que o governo reabriu recentemente. "Precisamos de algo para já", afirmou.
Líder do governo na Câmara, o vereador Sandro Bussola garantiu que a administração tem empenhado esforços para solucionar o problema e que o vandalismo preocupa a administração "apesar de segurança pública ser obrigação do Estado [de São Paulo]". Os imóveis alvos de criminosos recentemente são todos municipais.
Sem dar mais detalhes, Bussola também disse estranhar "que os furtos aconteçam somente no período letivo" e que o caso deveria ser investigado pelas autoridades. Mas não revelou os motivos da dúvida e nem se possui ou não alguma suspeita sobre os acontecimentos.
Natalino da Pousada (PDT), por sua vez, manifestou preocupação com a maneira como a administração conduz o debate em torno da segurança patrimonial e indagou, afinal, "qual é a nossa Bauru?".
Para Cabo Helinho (PL), o problema é também social. Ele atribuiu a escalada de furtos ao que chamou de "romantização do uso de drogas" e ao "excesso de liberdade". Reconheceu, porém, a importância de iniciativas como a atividade delegada e o videomonitoramento.
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